No seu primeiro relatório desde que foi nomeada pelo Conselho dos Direitos do Homem da Organização das Nações Unidas (ONU), a missão de três membros, presidida pelo tanzaniano Mohamed Chande Othman, acusa ainda as forças de crimes contra a humanidade pelos seus ataques a aldeias não árabes em Darfur e pede que o embargo às armas seja alargado a todo o país.
Apela também ao "envio imediato" de uma força "independente e imparcial" para proteger a população civil, a extensão a todo o Sudão da investigação que o Tribunal Penal Internacional iniciou em 2005 sobre as violações dos direitos humanos em Darfur e a criação de um mecanismo judicial internacional para complementar o trabalho do tribunal.
No relatório agora apresentado em comunicado, os peritos concluíram que as duas partes beligerantes "cometeram uma série terrível de violações dos direitos humanos e crimes internacionais, muitos dos quais podem ser classificados como crimes de guerra e crimes contra a humanidade".
"A gravidade destas constatações sublinha a urgência de tomar medidas imediatas para proteger os civis", sublinha Mohamed Chande Othman.
A missão foi criada no final do ano passado pelo Conselho dos Direitos do Homem para documentar as violações dos direitos humanos cometidas no Sudão desde o início da guerra, em abril de 2023.
O conflito opõe o exército, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, às forças paramilitares, lideradas pelo general Mohamed Hamdane Daglo.
Segundo a ONU, a guerra causou dezenas de milhares de mortos e deslocou mais de 10 milhões de pessoas, tendo ainda provocado uma crise humanitária muito grave.
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