França vai utilizar uma parte dos 1,4 mil milhões de euros de juros sobre os ativos russos confiscados na União Europeia (UE) para financiar a compra de equipamento militar para a Ucrânia, informou hoje o Governo francês.
"Juntamente com outros Estados-Membros, o Ministério (francês da Defesa) participará na implementação da nova medida de apoio à Ucrânia no âmbito do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz da UE", afirmou o ministério num comunicado de imprensa.
A operação representa um montante de 300 milhões de euros para a França até 2024, segundo o ministério, esclarecendo que permitirá "à indústria francesa continuar a reforçar o seu apoio à Ucrânia".
"A Comissão Europeia acordou com a agência francesa de aquisição de armamento (DGA) que irá proceder (...) à rápida aquisição à indústria francesa de equipamento prioritário", em particular munições, artilharia e defesa aérea.
Cerca de 200 mil milhões de euros de ativos russos foram congelados na UE após a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, cerca de 90% dos quais se encontram na Bélgica, sede do depositário internacional de fundos Euroclear.
A UE chegou a um acordo em maio para utilizar os juros gerados por estes ativos congelados e em julho anunciou a disponibilização de uma ajuda de 1,5 mil milhões de euros à Ucrânia, correspondente à primeira "tranche" destes lucros.
Espera-se que estes ativos gerem entre 2,5 e 3 mil milhões de euros por ano, que ajudarão a armar a Ucrânia e a financiar a sua reconstrução pós-guerra.
A Rússia qualificou esta decisão de "ilegal".
Em junho, os líderes do G7, reunidos em Itália, chegaram a um "acordo político" semelhante.
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