Centenas homenageiam ativista turco-americana morta a tiro na Cisjordânia
Centenas de pessoas prestaram hoje homenagem, na Cisjordânia ocupada, a uma ativista turco-norte-americana morta na semana passada por soldados israelitas durante uma manifestação contra a colonização judaica.
© Getty Images
Mundo Aysenur Ezgi Eygi
Aysenur Ezgi Eygi, de 26 anos, foi morta a tiro na sexta-feira em Beita, perto de Nablus, no norte do território palestiniano ocupado por Israel desde 1967. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os tiros foram disparados pelas forças israelitas.
A família da jovem acusou as forças israelitas de a terem morto e apelou a uma "investigação independente".
Os Estados Unidos lamentaram esta morte "trágica" e exigiram hoje, também, uma investigação rápida por parte das autoridades israelitas.
"Apelámos a uma investigação rápida, exaustiva e transparente e estamos a trabalhar urgentemente para obter mais informações sobre as circunstâncias da sua morte", declarou aos jornalistas o porta-voz adjunto do departamento de Estado, Vedant Patel.
O responsável disse aos jornalistas que Israel estava empenhado em tornar públicas as conclusões da sua investigação e sublinhou que Washington não conduziria a sua própria investigação.
Por sua vez, a Turquia culpou Israel, tendo o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmado hoje que o seu país fará tudo o que for possível "para garantir que a morte de Aysenur Ezgi não fique impune".
"Vamos continuar a nossa luta contra Israel ao mais alto nível, levando o caso ao Tribunal (Internacional) de Justiça", acrescentou, sem fornecer mais pormenores.
O exército israelita reconheceu que tinha aberto fogo no setor de Beita e disse que estava "a examinar as informações de que uma cidadã estrangeira tinha sido morta".
Em Nablus, centenas de pessoas, incluindo destacados palestinianos locais, participaram numa cerimónia de luto em homenagem à ativista, antes do seu funeral, que poderá ter lugar na Turquia.
Envolvido numa bandeira palestiniana, o corpo de Aysenur Ezgi Eygi, cujo rosto estava coberto por um keffiyeh preto e branco, foi transportado numa maca pelas forças de segurança palestinianas.
Ao som de uma corneta, foi colocada uma coroa de flores sobre o seu corpo, antes de o cortejo partir pelas ruas de Nablus envolto em bandeiras.
Muitos palestinianos acompanharam o corpo da jovem. Um dos cartazes que transportavam dizia: "A Palestina recordará e honrará sempre o teu sacrifício".
Mahmoud al-Aloul, funcionário da Fatah, o partido do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, indicou hoje que havia desacordo entre os Estados Unidos e a Turquia em relação a "detalhes" como o local onde a jovem seria sepultada.
"A Palestina sentir-se-ia honrada se a mártir fosse enterrada aqui", afirmou.
A ativista turco-americana era membro da organização pró-palestiniana Movimento de Solidariedade Internacional (ISM). Os colonatos israelitas são ilegais à luz do direito internacional.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, desencadeada por um ataque do Hamas em solo israelita em 7 de outubro, a violência na Cisjordânia aumentou.
De acordo com o Ministério da Saúde palestiniano, pelo menos 662 palestinianos foram mortos desde essa data, enquanto pelo menos 26 israelitas, incluindo soldados e polícias, morreram em ataques palestinianos ou durante operações militares, segundo dados oficiais israelitas.
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