A decisão foi hoje tomada na reunião da conferência de presidentes da assembleia europeia - organismo que junta a líder da assembleia europeia, Roberta Metsola, e os responsáveis dos partidos políticos -, que decidiram convidar Viktor Orbán para discursar na sessão plenária, na cidade francesa de Estrasburgo, indicaram fontes europeias à Lusa.
O convite surge dois meses após o início da presidência húngara do Conselho da UE, em julho passado, quando o primeiro-ministro húngaro decidiu realizar deslocações oficiais à Ucrânia, à Rússia, ao Azerbaijão e países vizinhos e à China, tendo ainda mantido contactos com a Turquia, gerando controversa junto dos seus 26 homólogos europeus.
O encontro em Moscovo com o Presidente russo, Vladimir Putin, gerou várias críticas em Bruxelas e garantias de que a iniciativa ocorreu no quadro das relações bilaterais e não em representação europeia.
Perante as polémicas, algumas bancadas parlamentares sugeriram encurtar estes seis meses de presidência e passar já a rotatividade da presidência do Conselho da UE à Polónia, que seria a seguir, o que não avançou.
Avançou, sim, uma forma de protesto dos Estados-membros, incluindo Portugal, que estão a decidir ser representados por funcionários e não por governantes nas reuniões informais em Budapeste.
A Comissão Europeia também tem mantido um diferendo com a Hungria pelo desrespeito do Estado de direito.
Esta sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo vai ser também marcada, no dia anterior (na terça-feira), pela apresentação pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, da sua equipa para um segundo mandato à frente da instituição.
A apresentação deveria ter ocorrido hoje, mas foi adiada uma semana, após a Eslovénia ter trocado de candidato para candidata pela ambicionada paridade no executivo comunitário, revelaram fontes europeias à Lusa.
Ainda na terça-feira, de acordo com as fontes europeias ouvidas pela Lusa, o antigo primeiro-ministro italiano Mario Draghi estará em Estrasburgo para apresentar aos eurodeputados o seu relatório sobre competitividade da UE face aos Estados Unidos e à China, realizando-se depois um debate em plenário.
No documento, Mario Draghi defende uma emissão regular de dívida comum na UE, como aconteceu na covid-19, e um investimento maciço em defesa, propondo uma nova estratégia industrial comunitária.
O responsável estima, ainda, em 800 mil milhões de euros as necessidades anuais de investimento adicional no espaço comunitário, o equivalente a mais de 4% do PIB comunitário, o dobro do realizado no pós Segunda Guerra Mundial com o Plano Marshall.
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