Hamas condena Israel por "agressão terrorista" através de 'pagers' no Líbano

O grupo islamita palestiniano Hamas condenou hoje Israel pela explosão de 'pagers' no Líbano, que provocaram nove mortos e centenas de feridos, entre as quais membros do aliado libanês Hezbollah, referindo-se a uma "agressão terrorista sionista".

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© Ahmad Kaddoura/Anadolu via Getty Images

Lusa
17/09/2024 21:48 ‧ 17/09/2024 por Lusa

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Médio Oriente

Gaza, Palestina, 17 set 2024 (Lusa) -- O grupo islamita palestiniano Hamas condenou hoje Israel pela explosão de 'pagers' no Líbano, que provocaram nove mortos e centenas de feridos, entre as quais membros do aliado libanês Hezbollah, referindo-se a uma "agressão terrorista sionista".

 

"Condenamos veementemente o ataque terrorista sionista que teve como alvo cidadãos libaneses, fazendo explodir dispositivos de comunicação em diferentes regiões do território", declarou o Hamas em comunicado.

Para o grupo palestiniano, que se encontra em guerra com Israel desde 07 de outubro na Faixa de Gaza, as explosões ocorridas no Líbano, que deixaram, segundo as autoridades libanesas, pelo menos nove mortos e cerca de 2.800 feridos, 200 dos quais em estado grave, não fizeram distinção "entre combatentes da resistência e civis".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Líbano atribuiu as explosões a um "ciberataque israelita, no qual foi detonado um grande número de 'pagers'", e revelou que está a preparar uma queixa ao Conselho de Segurança da ONU.

"Esta deliberada escalada israelita coincide com as ameaças de expandir a guerra para o Líbano e com a sua postura intransigente, apelando para mais derramamento de sangue, destruição e sabotagem", acusou a diplomacia de Beirute em comunicado.

No mesmo sentido, o Hezbollah afirmou em comunicado que Israel é "inteiramente responsável" por "esta agressão criminosa" e que receberá a sua "justa punição".

O Exército israelita indicou que acompanha o caso de explosões de 'pagers', mas descartou alterações nas orientações militares em relação ao país vizinho.

"Neste momento não há alterações nas orientações do Comando da Frente Interna. A vigilância deve ser mantida e qualquer mudança na política será anunciada de imediato", segundo uma declaração militar, que não menciona diretamente o Líbano nem o grupo xiita libanês Hezbollah.

A declaração, a primeira das Forças Armadas desde a revelação dos acontecimentos de hoje no Líbano e que atingiram membros do Hezbollah, acrescenta que o chefe do Estado-Maior, Herzi Halevi, realizou uma "avaliação da situação" em conjunto com a liderança militar, com "ênfase na preparação para o ataque e a defesa".

Entre os feridos de hoje no Líbano, encontra-se o embaixador do Irão em Beirute, Mojtaba Amani, segundo a televisão estatal de Teerão, mas os seus ferimentos são ligeiros.

No seguimento das explosões, que atingiram também membros do Hezbollah presentes na Síria, os Estados Unidos instaram o Irão a evitar quaisquer ações que possam aumentar a tensão entre Israel e o seu aliado libanês.

"Pedimos ao Irão que não utilize o mais pequeno acontecimento para tentar alimentar a instabilidade e agravar ainda mais as tensões na região", declarou o porta-voz da diplomacia norte-americana, Matthew Miller.

De acordo com o ministro das Telecomunicações do Líbano, Johanny Corn, os 'pagers' que explodiram após as baterias aquecerem faziam parte de um carregamento que "chegou recentemente" ao país.

"Talvez tenham sido ativados remotamente, mas não sabemos como", disse Corn, acrescentando que é mais provável que os 'pagers' tenham sido introduzidos no Líbano para este fim.

Israel está envolvido numa intensa troca de tiros com o grupo libanês desde 08 de outubro, quando o Hezbollah começou a lançar ataques em solidariedade com o Hamas na Faixa de Gaza.

Há uma semana, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que as missões na Faixa de Gaza estão quase cumpridas e que o foco estava a mudar para a fronteira com o Líbano, onde o constante fogo cruzado com o Hezbollah obrigou cerca de 60.000 pessoas a fugir das suas casas.

Nestes onze meses de troca de tiros, morreram mais de 650 pessoas em ambos os lados da fronteira, a maioria do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou cerca de 400 vítimas, algumas também na Síria.

Em Israel, 50 pessoas morreram no norte: 24 soldados e 26 civis, incluindo 12 menores, num ataque nos Montes Golã ocupados na Síria.

Leia Também: 'Pager', o antepassado do telemóvel conhecido pela fiabilidade

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