"Ouvimos vozes dos dois lados do [Oceano] Atlântico a pedir que os EUA e a Europa sigam caminhos diferentes. Priorizar interesses nacionais míopes em detrimento da cooperação a longo prazo não nos vai servir. O isolacionismo não vai deixar ninguém em segurança", sustentou Jens Stoltenberg, de acordo com excertos de um discurso que deverá proferir na sua última intervenção consultados pela AFP.
A última intervenção do secretário-geral cessante da NATO só está prevista para as 16:00 locais (15:00 em Lisboa), mas a AFP obteve partes do discurso antecipadamente.
O alerta de Jens Stoltenberg, no final de uma década à frente da Aliança Atlântica, coincide com a perspetiva de um possível regresso do republicano Donald Trump à Casa Branca, na eventualidade de ser o vencedor das eleições presidenciais norte-americanas, em novembro.
Ao longo do seu mandato, entre 2017 e 2021, Donald Trump criticou várias vezes a NATO e o que dizia ser uma contribuição desigual dos diferentes países que integram a Aliança Atlântica.
O antigo Presidente norte-americano chegou a admitir a saída dos Estados Unidos da América da organização político-militar (o país é o principal Estado-membro da NATO).
Jens Stoltenberg aludiu às críticas de Donald Trump e também do Presidente de França, Emmanuel Macron, e voltou a repetir o que diz há cerca de três anos sobre a robustez da NATO: "A pertinência da Aliança [Atlântica] foi repetidamente colocada em causa, foi considerada dividida, obsoleta, em morte cerebral [crítica feita por Macron em 2019]. Mas a realidade é que a NATO está mais forte, mais unida e é mais importante do que nunca."
[Notícia atualizada às 12h01]
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