Exército libanês anuncia detonação controlada de aparelhos "suspeitos"

O exército libanês anunciou hoje que estão a ser detonados, de forma controlada, aparelhos de comunicação classificados como "suspeitos", depois de explosões simultâneas terem visado milhares de dispositivos e matado mais de 30 pessoas nos últimos dois dias.

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Lusa
19/09/2024 13:32 ‧ 19/09/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

 "Unidades especializadas do exército começaram a detonar dispositivos de comunicação e 'pagers' suspeitos em diversas áreas, pelo que convidam os cidadãos a manterem-se afastados dos locais das explosões e a comunicarem quaisquer dispositivos ou objetos suspeitos", referiu a fonte militar num comunicado.

 

Na terça-feira, milhares de 'pagers' usados por presumíveis membros do grupo xiita libanês Hezbollah explodiram simultaneamente, enquanto na quarta-feira uma segunda vaga de detonações envolveu 'walkie-talkies' suspeitos.

Em ambos os casos, as detonações, atribuídas a Israel, concentraram-se no sul do país, no vale oriental de Bekaa e nos subúrbios do sul de Beirute, conhecidos como Dahye, todos bastiões do movimento xiita pró-iraniano.

O primeiro registo de explosões matou 12 pessoas e feriu cerca de 2.800, enquanto a segunda vaga de incidentes incluiu detonações aparentemente mais intensas que resultaram em cerca de 20 mortos e aproximadamente 450 feridos.

Em vários comunicados divulgados na quarta-feira à noite, o Hezbollah confirmou a morte de cerca de 20 dos seus membros de diferentes partes do país, principalmente da região sul e do vale oriental de Bekaa, incluindo um menor que identificou como tendo nascido em 2008.

A formação xiita não deu detalhes sobre as circunstâncias das mortes, como costuma fazer, referindo apenas que as baixas estavam relacionadas com as explosões envolvendo dispositivos de comunicação.

As autoridades libanesas e o governo de Teerão, que apoia o Hezbollah, acusaram Israel de ser responsável pela vaga de incidentes, mas Telavive não reconheceu explicitamente a autoria dos ataques.

Hoje, a autoridade da aviação civil libanesa proibiu aos passageiros a introdução de equipamentos eletrónicos de receção de mensagens ('pagers') e transmissores rádio ('walkie-talkies') nos aviões, na sequência das explosões coordenadas de aparelhos daquele tipo nos últimos dias.

A ordem emitida hoje afeta o Aeroporto Internacional Rafik Hariri, em Beirute, e restringe a presença dos equipamentos na bagagem de mão ou nas malas que são colocadas no porão dos aviões.  

Leia Também: Governo do Líbano pede à ONU fim da "guerra tecnológica" de Israel

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