Polícia do Gana detém 42 manifestantes em Acra

A polícia do Gana deteve este domingo 42 manifestantes na capital, Acra, onde eclodiram confrontos durante protestos contra o elevado custo de vida e a gestão governamental da exploração mineira ilegal, conhecida localmente como "galamsey".

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Lusa
23/09/2024 14:38 ‧ 23/09/2024 por Lusa

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Gana

Os protestos, organizados pelo grupo da sociedade civil Democracy Hub, começaram na sexta-feira e deveriam prolongar-se até hoje.

 

O Gana, grande produtor de ouro e de cacau, atravessa uma grave crise económica desde 2022, que obrigou o país a entrar em incumprimento no reembolso da dívida externa, apesar do abrandamento da inflação, que caiu para 20,4% em agosto, depois de ter atingido um pico de 54% em dezembro de 2022.

A aproximação das eleições presidenciais em dezembro está a aumentar as tensões políticas neste país de 33 milhões de habitantes, que beneficia de uma ajuda de três mil milhões de dólares (2,69 mil milhões de euros) do Fundo Monetário Internacional (FMI), um empréstimo assinado em maio de 2023, e cuja segunda tranche de 360 milhões foi entregue no final de junho.

Várias centenas de pessoas, na maioria jovens, desfilaram pela cidade, cantando canções patrióticas e segurando cartazes que exprimiam frustração face à destruição ambiental causada pela exploração mineira ilegal e à má gestão económica do país.

"Estes indivíduos reuniram-se ilegalmente e atacaram agentes da polícia que estavam a desempenhar as suas funções legais", disse à agência de notícias France Presse a porta-voz da polícia, Grace Ansah-Akrofi.

"Serão levados à Justiça pelos seus atos: obstrução do trânsito, danos materiais e distúrbios", acrescentou.

Esta manhã pequenos grupos de manifestantes voltaram reunir-se, acrescentou a polícia, que procura os líderes da manifestação, incluindo Oliver Barker-Vormawor, que terá escapado à detenção.

O Democracy Hub condenou o uso da força pela polícia, descrevendo-o como um ataque injustificado a manifestantes pacíficos.

"Exortamos as autoridades a encetar um diálogo construtivo com os líderes das manifestações, e a proteger os direitos e a segurança de todos os participantes", declarou o grupo num comunicado no domingo.

O país realizará eleições presidenciais em 07 de dezembro, nas quais concorrem 13 candidatos considerados elegíveis pela comissão eleitoral no final da semana, depois de milhares de apoiantes do principal partido da oposição, o Congresso Nacional Democrático (NDC), terem realizado protestos em todo o país no passado dia 17, para exigir uma auditoria independente dos cadernos eleitorais.

Os dois grandes favoritos no escrutínio que determinará a sucessão de Nana Akufo-Addo, que abandonará o cargo depois de ter cumprido os dois mandatos permitidos pela Constituição, são o atual vice-presidente do país, Mahamudu Bawumia, e o ex-Presidente John Dramani Mahama (2012-2017).

Leia Também: 'Vice' do Gana entre os 13 candidatos que vão disputar presidenciais

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