China compromete-se a apoiar economia privada e setor imobiliário
O Partido Comunista Chinês comprometeu-se hoje a apoiar a economia privada, estabilizar o setor imobiliário e assegurar as despesas fiscais necessárias, durante um encontro entre os membros do Politburo.
© ADEK BERRYADEK BERRY/POOL/AFP via Getty Images
Mundo Partido Comunista Chinês
"<span class="news_bold">É necessário ajudar as empresas a ultrapassarem dificuldades", afirmou-se no comunicado, divulgado pela imprensa estatal, após o encontro entre a cúpula do poder na China.
A reunião de alto nível, presidida pelo Presidente chinês, Xi Jinping, realizou-se depois de o banco central da China ter adotado uma série de medidas de estímulo na terça-feira.
"É necessário olhar para a atual situação económica de forma abrangente, objetiva e calma", afirmou o comunicado. "Temos que enfrentar as dificuldades, reforçar a confiança e aumentar efetivamente o sentido de responsabilidade e a urgência de fazer um bom trabalho económico", acrescentou.
Durante a reunião, Xi advertiu também contra a inércia dos quadros na luta pelo crescimento económico. "O grande número de membros do Partido e de quadros deve ter a coragem de assumir a responsabilidade e ousar inovar", afirmou.
Os dirigentes chineses reconheceram novos "obstáculos" para o crescimento da segunda maior economia mundial, mas destacaram que os "fundamentos da economia não mudaram", nomeadamente "um vasto mercado e um grande potencial".
"Ao mesmo tempo, surgiram novas situações e novos problemas" para a economia chinesa, lê-se no relatório sobre a reunião publicado pela agência noticiosa oficial Xinhua.
As autoridades chinesas comprometeram-se a reanimar o setor imobiliário do país, em resposta às "preocupações" expressas pelo público.
"Temos de dar resposta às preocupações das pessoas, ajustar as restrições à compra de casa, baixar as taxas de juro das hipotecas existentes (...) e promover a construção de um novo modelo de desenvolvimento imobiliário", lê-se no documento oficial.
O setor da habitação e da construção representa há muito mais de um quarto do PIB da segunda maior economia do mundo, mas desde 2020 que tem vindo a sofrer com o endurecimento das condições de acesso ao crédito por parte de Pequim para os promotores imobiliários, a fim de reduzir o endividamento.
Esta situação levou alguns promotores à falência, enquanto a queda dos preços está a desencorajar os chineses de investir em imóveis.
A realização de uma reunião do Politburo para discutir assuntos económicos em setembro é uma medida rara.
"A mensagem é forte e pretende reavivar a confiança e reforçar as expetativas", afirmou Li Xuenan, professor de finanças na Cheung Kong Graduate Business School, em Pequim, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. "Pequim está ansioso para evitar que os riscos de queda se tornem auto-realizáveis", observou.
No âmbito das medidas divulgadas na terça-feira, o banco central da China anunciou cortes de meio ponto percentual na taxa de juro das hipotecas e no rácio de reservas obrigatórias - o montante de dinheiro que os bancos comerciais devem manter como reservas. Também reduziu a taxa diretora de referência em 0,2% e revelou novos instrumentos para impulsionar os mercados de capitais.
Após o comunicado do Politburo, o índice Hang Seng de Hong Kong alargou os seus ganhos para 3,6% na tarde de hoje, e o índice Hang Seng Tech subiu até 6,7%.
O Índice Composto de Xangai também subiu 2,9%.
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