O porta-voz do grupo rebelde Exército de Arakan, Khaing Thukha, disse ao Myanmar Now que o ataque ocorreu no Estado ocidental de Rakhine, onde os aviões lançaram uma bomba sobre a câmara municipal e outra sobre um edifício que albergava cerca de 200 pessoas deslocadas.
Khaing Thukha indicou que a maioria das vítimas eram crianças e idosos, sem especificar números.
O Exército de Arakan controla muitas cidades e territórios em Rakhine, após intensas ofensivas contra as forças da junta militar, que tomou o poder em Myanmar por meio de um golpe de Estado, em fevereiro de 2021.
O golpe militar pôs fim a dez anos de transição democrática no país e desencadeou uma espiral de violência que exacerbou a guerra entre guerrilhas que ali dura há décadas, com milhares de jovens a juntarem-se a grupos armados que combatem o Exército.
Segundo dados da ONU, pelo menos 5.350 civis foram mortos pela violência militar desde o golpe de Estado, ao passo que mais de 26.900 pessoas, entre as quais 547 menores, foram detidas num contexto de falta de "garantias judiciais" e inclusive sujeitas a abusos e torturas.
O Exército justifica o golpe de Estado com uma alegada fraude maciça durante as eleições gerais de novembro de 2020, cujo resultado foi anulado e nas quais o partido da Nobel da Paz (1991) Aung San Suu Kyi foi o vencedor, tal como em 2015, com o aval de observadores internacionais.
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