Eric Adams rejeita as acusações federais de que aceitou viagens de luxo e doações ilegais de fundos por parte do Governo turco, para financiar a sua campanha.
"Não sou culpado, meritíssimo", frisou o democrata de 64 anos, perante o tribunal durante a sua acusação oficial.
O presidente da Câmara de Nova Iorque saiu então do tribunal sem prestar declarações, erguendo apenas o polegar.
Eric Adams está a ser acusado por ter sido "regado de presentes" durante anos, especialmente da Turquia, sem nunca os declarar como era obrigado a fazer, de acordo com o procurador federal de Manhattan, Damian, Williams.
A acusação divulgada na quinta-feira menciona nomeadamente atos de fraude eletrónica, solicitação ilegal de contribuições para uma campanha eleitoral a um estrangeiro e a aceitação de subornos pagos por um responsável turco.
Em troca, de acordo com a acusação, Eric Adams, que se tornou presidente da Câmara de Nova Iorque em 2021 após vencer as primárias democratas, usou a sua influência junto dos bombeiros da cidade para acelerar a inauguração de um arranha-céus que alberga a missão da Turquia junto das Nações Unidas e o seu consulado geral.
Eric Adams, que disse estar impaciente para se defender durante uma conferência de imprensa em frente à sua residência, que foi alvo de buscas na manhã de quinta-feira, afastou a demissão.
A acusação detalha suspeitas de contribuições ilegais de doadores estrangeiros e presentes sob a forma de luxuosas viagens de avião nas linhas de uma companhia aérea turca, bem como estadias em hotéis elegantes, o que permitiu ao democrata expandir as suas redes internacionais.
Estes presentes deviam ter sido declarados como autoridade eleita, quando Adams era presidente do município de Brooklyn e preparava a sua campanha para se tornar presidente da Câmara de Nova Iorque.
Afro-americano e ex-capitão da polícia de Nova Iorque, Eric Adams foi eleito em 2021 com base em promessas de segurança mas viu a sua taxa de popularidade cair durante o seu mandato, enquanto os casos contra a Câmara Municipal aumentavam.
Esta é a primeira vez que um presidente da Câmara de Nova Iorque em exercício é acusado criminalmente e corre o risco de contagiar o campo democrata, quarenta dias antes da eleição presidencial entre Kamala Harris e o republicano Donald Trump, que de acordo com as sondagens está renhida.
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