"As forças armadas iranianas mostraram mais uma vez que a chamada 'cúpula de ferro' dos sionistas é mais frágil do que o vidro", afirmou Pezeshkian durante uma reunião do Conselho de Ministros, aludindo ao sistema de defesa de Israel.
O Irão lançou na terça-feira cerca de 200 mísseis contra Israel que justificou como uma resposta ao assassinato do líder da ala política do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerão, e do secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em Beirute.
O grupo extremista palestiniano Hamas e o partido xiita libanês Hezbollah integram o chamado "eixo de resistência" liderado pelo Irão para lutar contra Israel e os seus aliados ocidentais, como os Estados Unidos.
A Guarda Revolucionária do Irão afirmou que 90% dos mísseis atingiram os alvos com sucesso, incluindo "centros estratégicos israelitas", bases de radar e instalações de agências envolvidas nos ataques que mataram Haniyeh e Nasrallah.
O exército israelita admitiu hoje que várias bases aéreas foram atingidas no ataque do Irão, mas negou danos significativos e disse que não houve ataques a aviões ou armazéns de armas.
"Não houve danos que impedissem as operações da força aérea em qualquer momento", afirmou o exército israelita.
Israel recusou-se a dar pormenores sobre a percentagem de interceções dos mísseis iranianos para "evitar dar ao Irão e ao Hezbollah informações que os ajudariam a tirar lições".
O Presidente iraniano disse que a morte de Haniyeh, em julho, num atentado em Teerão, foi "uma clara violação da soberania e da segurança nacional do Irão".
Segundo Pezeshkian, o Irão não agiu nessa altura "na esperança de que o genocídio contra o povo oprimido e inocente de Gaza parasse".
"Os países ocidentais pediram-nos contenção e prometeram-nos estabelecer imediatamente um cessar-fogo em Gaza", afirmou.
Pezeshkian denunciou que "o regime criminoso e sanguinário [de Israel] não só continuou a matar mulheres e crianças (em Gaza], como alargou o âmbito dos seus crimes ao Líbano".
Defendeu, por isso, a legitimidade do ataque iraniano e disse que "mostra também que ninguém brinca com a honra e o orgulho da nação".
"Se este regime quiser cometer um erro, receberá uma resposta muito mais esmagadora", assegurou, sem especificar.
Pezeshkian criticou também a "duplicidade de critérios" e a inação da comunidade internacional em relação a Israel, segundo um comunicado divulgado pelo seu gabinete e citado pela agência espanhola Europa Press.
O Presidente iraniano lamentou que "as organizações internacionais e os países ocidentais permitam que o criminoso [Israel] continue a cometer os crimes mais atrozes e a destruir os direitos humanos".
Pezeshkian assegurou que o Irão "não procura a guerra, mas não tem medo da guerra".
"Não há limites para proteger a segurança, a autoridade e a dignidade do nosso povo e do nosso país", afirmou, acrescentando que espera "paz, segurança e tranquilidade na região e no mundo o mais rapidamente possível".
Os ataques ocorreram horas depois de Israel ter iniciado uma invasão do Líbano, após mais de 11 meses de combates com o Hezbollah devido aos atentados do Hamas em solo israelita em 07 de outubro de 2023.
Israel respondeu aos atentados do Hamas com um ofensiva militar na Faixa da Gaza.
A escalada das tensões fez aumentar os receios de uma guerra em grande escala na região.
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