Esta rede, especificou a polícia, conseguiu recrutar 130 mil cidadãos, através de subornos.
O chefe da Inspeção-Geral da Polícia, Viorel Cernauteanu, detalhou em conferência de imprensa que a organização criminosa, liderada por Ilan Shor, conseguiu transferir 15 milhões de dólares para o fim pretendido.
O dinheiro era transferido a partir da Federação Russa através de um banco que está na lista de sanções internacionais.
A titular da Procuradoria Anticorrupção, Verónica Dragalin, advertiu que "oferecer dinheiro às pessoas para que votem de uma determinada maneira é punido com um a cinco anos de prisão e uma multa superior a 50 mil leu moldavos" [2.600 euros].
EUA, Canadá e Reino Unido tinham denunciado em setembro que a Federação Russa pretendia interferir nas presidenciais moldavas e instaram o Kremlin a parar os esforços de "subverter a democracia na Moldávia" e respeitar "a sua soberania e os resultados de umas eleições, livres, justas e independentes".
A presidente moldava, Maia Sandu, acusou a Federação Russa de fazer uma "guerra híbrida" ao país para conseguir a queda do governo, através de protestos contra as autoridades, fundamentalmente alimentadas pelo partido pró-russo Shor - cujo presidente é Ilan Shor -, que foi declarado ilegal em junho de 2023.
Shor, fundador do partido homónimo em 1998, está fugido à justiça moldava desde 2019 e foi condenado à revelia, em maio de 2023, a 15 anos de prisão por corrupção.
As tensões bilaterais aumentaram significativamente desde o início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022. A Federação Russa tem sido historicamente motivo de debate na Moldávia, entre outras razões pela influência que ainda persiste na região separatista da Transnístria, cuja população é maioritariamente russa e ucraniana.
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