Em comunicado, Andrew Bates, um dos porta-vozes da Casa Branca, criticou "alguns líderes republicanos" que estão a usar a devastação causada por Helene, que provocou mais de 215 mortes, para "mentir" e "dividir" o país, a um mês das eleições presidenciais.
Sem mencionar o nome de Trump, o porta-voz referiu os comentários que o magnata republicano fez num comício no Michigan: "As pessoas estão a morrer na Carolina do Norte. Estão a morrer em todo o lado, em cinco ou seis estados. Estão a morrer e não estão a receber ajuda do nosso governo federal porque não têm dinheiro, porque o dinheiro deles tem sido gasto em pessoas que não deveriam estar no nosso país".
Trump já tinha aproveitado uma visita à Geórgia na segunda-feira, um dos estados atingidos pelo furacão, para afirmar que o executivo de Biden não estava a responder à destruição causada, uma acusação que as autoridades locais - algumas do seu próprio partido - negaram.
Estas declarações têm sido repetidas nas redes sociais pelos seus seguidores, como o bilionário Elon Musk, dono da rede social X.
A Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA) dispõe, no entanto, de fundos para apoiar as vítimas dos furacões, uma vez que o Congresso aprovou recentemente um projeto de lei que concedeu 20 mil milhões de dólares a essa agência para responder a catástrofes.
Além disso, Trump parece associar esta alegação de que a FEMA não tem fundos para migrantes a um programa específico desta agência: o Programa de Abrigos e Serviços da FEMA, que fornece subsídios a governos locais e organizações sem fins lucrativos para apoiar migrantes indocumentados.
O Congresso aumentou o orçamento para este programa de 360 milhões de dólares no ano fiscal de 2023 para 650 milhões de dólares no ano fiscal de 2024.
De qualquer modo, não há provas de que o dinheiro da FEMA para catástrofes naturais tenha sido utilizado para ajudar os migrantes, noticiou a agência Efe.
"Isto é falso. Nenhum fundo de ajuda humanitária foi utilizado para apoiar habitação e serviços para migrantes. Nenhum. Absolutamente não", salientou Bates, no comunicado.
Trump, que chegou à Casa Branca em 2016 com a promessa de construir um muro na fronteira com o México, endureceu a sua retórica xenófoba, dizendo que os migrantes "envenenam" o sangue dos Estados Unidos e recentemente acusou até os haitianos de uma cidade do Ohio de comerem os animais de estimação dos vizinhos, acusações refutada pelas autoridades locais.
O candidato republicano prometeu ainda que se derrotar a atual vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris, em novembro, realizará a maior deportação da história dos Estados Unidos, onde mais de onze milhões de pessoas vivem em situação irregular, e construirá centros gigantescos na fronteira para deter migrantes indocumentados.
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