"Se pedimos um cessar-fogo (em Gaza e no Líbano) é coerente não dar armas a Israel. Penso que aqueles que as fornecem não podem apelar todos os dias a um cessar-fogo como nós, mas ao mesmo tempo fornecer armas", disse Macron, no encerramento da 19ª cimeira da OIF, em Paris.
Os 88 membros da organização, incluindo a França, o Canadá e a Bélgica, apelaram ao fim das hostilidades na região e anunciaram "uma conferência internacional de apoio ao Líbano", um país membro da francofonia, em outubro.
Na conferência de imprensa final, Macron recordou que o Presidente dos EUA, Joe Biden, já tinha apoiado um texto na ONU a favor de um cessar-fogo no Médio Oriente.
O presidente francês disse lamentar a decisão do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu de invadir o Líbano por terra para combater as milícias do Hezbollah e recordou que o pedido de cessar-fogo não representa uma quebra de solidariedade da França para com o Estado judaico.
"Somos solidários com a segurança de Israel e digo-o dois antes do 7 de outubro. Não nos esquecemos", afirmou, prometendo receber as famílias dos reféns que queiram reunir-se com o chefe do Governo francês.
O Líbano é membro de pleno direito da Francofonia devido aos seus laços culturais, tendo estado sob administração francesa antes da independência.
Israel iniciou na terça-feira uma incursão terrestre no Líbano contra o grupo militante Hezbollah. O exército israelita declarou que nove soldados morreram em combates no sul do Líbano.
Israel e o Hezbollah têm trocado tiros através da fronteira com o Líbano quase diariamente desde o dia seguinte ao ataque transfronteiriço do Hamas, em 07 de outubro de 2023, que matou 1.200 israelitas e fez 250 reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao grupo militante Hamas e desde então já matou mais de 41.000 civis palestinianos, mais de metade dos quais eram mulheres e crianças, bem como cerca de 2.000 pessoas no Líbano, a maioria desde 23 de setembro, de acordo com as autoridades locais.
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