"O Mpox continua a ser um grande problema em África", admitiu o diretor do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África), Jean Kaseya, na sua conferência de imprensa semanal.
"Perdemos 53 pessoas" na última semana, durante a qual também foram registadas 3.186 novas infeções (489 confirmadas), disse o médico congolês, observando que, até agora, em 2024, o número de casos confirmados aumentou 300% comparativamente a 2023.
Os cinco países mais afetados pela epidemia são a República Democrática do Congo (RDCongo) - país vizinho de Angola - , epicentro do surto e onde a campanha de vacinação começou no dia 05, o Burundi, a Nigéria, a Costa do Marfim e o Uganda.
O diretor do CDC África alertou ainda que o impacto do Mpox em crianças com menos de 15 anos "continua elevado" na RDCongo, Burundi, Nigéria, Costa do Marfim e República Centro-Africana.
Kaseya sublinhou a "necessidade de dar prioridade à investigação entre esta população vulnerável" e alertou para o facto de a capacidade de despistagem continuar a ser baixa em todo o continente.
O CDC África declarou o Mpox uma "emergência de segurança de saúde pública continental" em 13 de agosto e, no dia seguinte, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou um alerta de saúde internacional para a doença.
O alarme da OMS refere-se à rápida propagação e à elevada mortalidade em África da nova variante (clade Ib), cujo primeiro caso foi identificado fora do continente, na Suécia, numa pessoa que viajou para uma zona de África onde o vírus circula intensamente.
Esta variante difere da clade II, que causou um surto em África em 2022, bem como centenas de casos na Europa, América do Norte e países de outras regiões, e já levou à declaração de emergência sanitária internacional entre 2022 e 2023.
De acordo com a OMS, o Mpox é uma doença infecciosa que pode causar uma erupção cutânea dolorosa, gânglios linfáticos inchados, febre, dores de cabeça, dores musculares, dores nas costas e falta de energia.
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