UE aperta sanções ao Irão em reunião com presença do Reino Unido
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) reúnem-se segunda-feira, com participação do homólogo do Reino Unido, para aprovar mais sanções contra o Irão, e também com o novo chefe da diplomacia ucraniana.
© FREDERICK FLORIN/AFP via Getty Images
Mundo Médio Oriente
A reunião no Luxemburgo dos 27 ministros do bloco comunitário com a pasta da diplomacia, incluindo o português Paulo Rangel, será presidida pelo alto representante cessante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell.
O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, David Lammy, que iniciou funções em julho, vai participar na reunião. O Reino Unido foi um Estado-membro da UE até ao início de 2020. O bloco comunitário tem, desde essa altura, 27 países.
O novo ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha, vai atualizar os governantes da UE sobre os últimos desenvolvimentos no país, que está há mais de dois anos a tentar debelar uma invasão da Federação Russa.
Em cima da mesa vai estar uma discussão sobre como impedir a Rússia de receber componentes tecnológicos que estão a ser fornecidos pelo Irão e pela China. Já estão em vigor sanções contra empresas que fornecem armamento para o esforço de guerra russo, no caso do Irão, e componentes tecnológicos, no caso da China, mas os ministros querem avaliar outras opções, disse um alto funcionário europeu.
Na segunda-feira deverá ser anunciado um novo pacote de sanções para coartar o envio de armamento iraniano, nomeadamente mísseis balísticos, adiantou a mesma fonte.
O pacote terá apenas enfoque no armamento fornecido a Moscovo e não incluiria o armamento que Teerão fornece ao Hezbollah ou a escalda da situação no Médio Oriente, adiantou um alto funcionário da UE.
A situação político-social na Venezuela também vai ser discutida, numa altura em que o Presidente reeleito, Nicolás Maduro, continua a cimentar o regime na repressão de adversários políticos, jornalistas e ativistas.
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.
A degradação da situação económico-social em vários países africanos, nomeadamente na região do Corno de África (Djibuti, Eritreia, Etiópia, Quénia, Somália, Sudão do Sul, Sudão e Uganda) também estará em foco na reunião do Luxemburgo.
Vai ainda haver uma discussão sobre a situação no Médio Oriente, não só a invasão israelita à Faixa de Gaza, mas também a escalada com a guerra entre Telavive e o Hezbollah, no Líbano, e os bombardeamentos israelitas neste país.
Os Estados-membros ainda estão a avaliar a possibilidade de sancionar dois ministros israelitas considerados colonos extremistas, por incentivarem a violência contra a população palestiniana e a expansão dos colonatos ilegais na Cisjordânia.
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