O Governo do Presidente Daniel Ortega denunciou "a agressão permanente contra a vida e a dignidade" do povo palestiniano e condena as autoridades israelitas pelos ataques cometidos no Líbano, na Síria, no Iémen e no Irão, "pondo em perigo a paz e a segurança na região e no mundo", assinalou em comunicado.
"Em solidariedade permanente com o povo e o governo da Palestina, com os povos que sofrem o martírio, a destruição e a barbárie, e em estrita adesão ao direito internacional e às convenções que regem as relações civilizadas entre Estados e governos do mundo, o governo da República da Nicarágua rompe todas as relações diplomáticas com o governo fascista de Israel", indicou na mesma nota.
O anúncio surgiu horas depois de a Assembleia Nacional nicaraguense ter aprovado, por unanimidade, uma declaração do Presidente, Daniel Ortega, a pedir esta medida.
Manágua afirmou que "o repúdio" não é contra a sociedade israelita, manifestando "apoio e solidariedade" com as famílias israelitas "que vivem momentos difíceis em consequência da excessiva brutalidade e do ódio" dos dirigentes de Israel.
O atual conflito no Médio Oriente começou no dia 07 de outubro do ano passado, quando cerca de mil combatentes do movimento islamita palestiniano Hamas atacaram inesperadamente o território israelita, matando quase 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, dos quais quase 100 continuam detidos.
As investidas de Israel na Faixa de Gaza já mataram cerca de 41.500 pessoas e forçaram quase dois milhões de pessoas a fugir de casa, indicam dados das autoridade do enclave, controlado pelo Hamas.
Israel e o grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado fronteiriço há mais de um ano, paralelamente à guerra que acontece na Faixa de Gaza.
Nas últimas semanas, o exército israelita intensificou os bombardeamentos no país vizinho e lançou uma incursão terrestre que provocou mais de 2.100 mortos e 11.000 feridos no Líbano.
Leia Também: Quase 280 jornalistas deixaram Nicarágua por insegurança desde 2018