O vice-presidente do Governo italiano e ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, à margem de um evento em Florença, afirmou à imprensa que Itália quer que Israel "conte o que aconteceu, se houve uma decisão política ou militar no terreno", mostrando-se indignado com os recentes ataques contra o contingente da Organização das Nações Unidas (ONU), que conta com 1.200 soldados italianos.
Segundo o chefe da diplomacia italiana, "o que aconteceu é inaceitável, os soldados italianos da Finul não são terroristas do Hezbollah, estão lá para construir a paz e são de um país amigo de Israel".
Antonio Tajani disse aguardar os resultados da investigação e continuar a conversar com o Governo de Israel. Disse ainda ter protestado junto do presidente israelita, Isaac Herzog, afirmando: "[os israelitas] confirmaram-nos que não seriam atacados [elementos da Finul]".
O governo italiano da extrema-direita, liderado por Giorgia Meloni, protestou formalmente junto das autoridades israelitas, depois de o ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, ter convocado na quinta-feira o embaixador israelita em Roma, Jonathan Peled.
Na sexta-feira, numa declaração conjunta, Giorgia Meloni, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, manifestaram indignação face aos ataques, que qualificaram como "injustificáveis" e uma "grave violação" do direito internacional.
Os líderes dos três executivos sublinharam o seu estatuto de "nações que há muito contribuem para a Finul e parceiros do Líbano e de Israel", e condenaram o recente ataque às forças da ONU em Naqura, no qual vários soldados ficaram feridos.
"Estes ataques constituem uma grave violação das obrigações de Israel ao abrigo da resolução 1701 das Nações Unidas e do direito humanitário internacional", afirmam no comunicado, acrescentando que os ataques "devem terminar imediatamente".
Os líderes apelam também à plena implementação dessa resolução, que exige a cessação total das hostilidades entre Israel e o grupo libanês Hezbollah, a retirada das forças israelitas do Líbano para serem substituídas por forças libanesas e da Finul, e o desarmamento dos grupos armados.
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