"Podemos entrar numa situação onde a fome ou a malnutrição extrema são novamente prováveis", disse Philippe Lazzarini, durante uma conferência de imprensa em Berlim.
Israel prossegue a sua ofensiva contra o Hamas neste território palestiniano, cercado e devastado, confrontando agora com as "piores restrições" à ajuda humanitária em um ano, segundo a ONU.
O diretor da UNWRA constatou uma "queda drástica" do número de colunas de veículos com ajuda humanitária no sul "para uma média entre 50 e 60 para dois milhões de habitantes" quando "se estima que o número necessário é muito, muito, mais elevado".
Já no norte da Faixa de Gaza, cerca de 400 mil pessoas estão retidas pelos combates e "tornou-se extremamente complicado" fazer lá chegar ajuda humanitária.
"A fome em Gaza é criada de foma artificial", disse, acusando Israel de "impedir ativamente as colunas de passar a fronteira".
E especificou: "Alguns membros do governo israelita fazem da fome uma arma de guerra".
Na terça-feira, os EUA subiram o tom face a Israel e ameaçaram suspender parte da ajuda militar se a situação humanitária na faixa de Gaza não melhorar no prazo de 30 dias.
Em Berlim, Philippe Lazzarini disse ainda que "as crianças carregam o fardo desta guerra", das quais "um milhão vive entre escombros".
Crianças estas que também estão expostas a doenças infecciosas como a poliomielite, que reapareceu na Faixa de Gaza ao fim de 25 anos.
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