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Veredicto em dezembro sobre recusa de Itália receber navio humanitário

O veredicto do julgamento contra o vice-presidente do Governo italiano Matteo Salvini, acusado de impedir, em 2019, durante 20 dias, o desembarque de migrantes do navio humanitário Open Arms, será conhecido em 20 de dezembro, foi hoje anunciado.

Veredicto em dezembro sobre recusa de Itália receber navio humanitário
Notícias ao Minuto

18/10/24 16:14 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Mundo Migrações

O Ministério Público requereu a pena de seis anos de prisão para Salvini, acusado dos crimes de rapto de pessoas e abuso de poder em 2019, quando era ministro do Interior, no quadro da sua política rigorosa de portos fechados.

 

O presidente do Tribunal de Palermo anunciou hoje a data da próxima audiência, na qual está prevista a argumentação final da defesa do líder da extrema-direita, que tem requerido a absolvição por falta de provas, e a emissão de um veredicto.

A defesa de Salvini, atual vice-presidente do Governo de Giorgia Meloni, alegou que o navio da organização humanitária espanhola poderia ter desembarcado em Espanha os migrantes intercetados na costa italiana.

A advogada de defesa recordou que o navio humanitário "recusou" seguir as instruções do Governo de Espanha, que inicialmente ofereceu o porto de Algeciras para desembarque, alegando ser distante, e rejeitou também uma segunda proposta, mais próxima, em Palma.

"Inclusive foi-lhes oferecida uma escolta italiana e recusaram", sublinhou.

"Há o direito de desembarcar, mas não de escolher onde e quando desembarcar os imigrantes", afirmou a advogada, que sugeriu ainda que a organização espanhola tinha um objetivo político quando resgatou os migrantes.

O episódio causou momentos de tensão na Europa e deu início a um debate, que ainda perdura, sobre responsabilidade e solidariedade na Europa perante migrantes irregulares.

Face ao bloqueio dos seus portos decidido pelo então Governo italiano, de direita, a navios de resgate humanitário - que deixou centenas de migrantes vários dias no mar à espera de ajuda -, muitas organizações não-governamentais e especialistas em direitos humanos e direito internacional lembraram que as nações costeiras são legalmente obrigadas a resgatar pessoas em perigo e a fornecer um local seguro para o desembarque de migrantes.

No entanto, a Itália afirmou que os países de bandeira dos navios são os responsáveis por receber os migrantes e que os navios de resgate apenas incentivam o tráfico de pessoas.

Também em julgamento, o então chefe de gabinete de Salvini e hoje ministro do Interior, Matteo Piantedosi, descreveu os navios como "ilhas", alegando que qualquer pessoa que lá esteja fica sob a jurisdição dos países de bandeira, ignorando queixas apresentadas pelas organizações não-governamentais que gerem estes navios de resgate de que as autoridades nacionais, muitas vezes, nem respondiam aos pedidos de ajuda.

Leia Também: Primeiro navio italiano com migrantes intercetados chega à Albânia

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