Maia Sandu: Povo moldavo "expressou a sua vontade" e apoiou via europeia

A chefe de Estado da Moldova, Maia Sandu, afirmou hoje que o povo da antiga república soviética optou pela via europeia no referendo constitucional de domingo, enquanto nas presidenciais os resultados apontam para uma segunda volta.

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© Pierre Crom/Getty Images

Lusa
21/10/2024 14:52 ‧ 21/10/2024 por Lusa

Mundo

Moldova

"O povo da Moldova expressou a sua vontade, a maioria dos cidadãos apoiou a via europeia", disse a política pró-ocidental, numa conferência de imprensa, pouco depois de terem sido anunciados os resultados finais da votação do referendo.

 

De acordo com os últimos dados relativos aos 99,59% dos votos contados, o "sim" à inclusão da adesão à União Europeia (UE) como um objetivo nacional na Constituição da Moldova venceu com 50,45% dos votos.

Com os votos no estrangeiro ainda por contabilizar, os opositores à adesão ao bloco europeu obtiveram 49,55% dos votos.

"Graças a vocês, caros moldavos, vencemos a primeira batalha. Ganhámos de forma justa numa batalha injusta", afirmou Sandu, apelando aos seus apoiantes para que se mobilizem para a segunda volta das eleições presidenciais, prevista para 03 de novembro, para evitar um "desastre".

"Por favor, ajudem-me nas próximas duas semanas. Vamos chamar as coisas pelos nomes, vamos mobilizar o maior número possível de cidadãos para evitar um desastre", disse a líder moldava, que denunciou a existência de uma fraude e da interferência russa na consulta pública e no processo eleitoral de domingo.

"Temos provas e informações de que um grupo criminoso tencionava comprar 300.000 votos. Trata-se de uma fraude sem precedentes que visa comprometer a democracia. O seu objetivo é semear o medo e o pânico na sociedade", declarou a Presidente pró-ocidental.

Sandu, que enfrenta uma segunda volta contra o candidato pró-russo Alexander Stoianoglo, sublinhou que, "tal como nos últimos meses, a liberdade e a democracia na Moldova têm estado sob um ataque sem paralelo".

De acordo com os últimos dados preliminares, Sandu obteve 42,33% dos votos nas eleições de domingo, contra 26,05% do antigo Procurador-Geral da Moldova, Alexander Stoianoglo.

A Moldova, um dos países mais pobres da Europa, espera aderir até 2030 à UE, para onde já exporta 65% dos seus produtos e de onde recebe mais de 80% do investimento direto.

As atuais autoridades, a favor da adesão, parecem ter sido prejudicadas pelo facto de a consulta popular coincidir com as eleições presidenciais, após quatro anos de queda do nível de vida devido à pandemia de covid-19, ao conflito na vizinha Ucrânia e à guerra energética com a Rússia.

Com cerca de 2,5 milhões de habitantes, a Moldova situa-se entre a Roménia e a Ucrânia.

A região separatista moldava da Transnístria ganhou destaque após o início da guerra na Ucrânia (em fevereiro de 2022) devido aos laços com a Rússia e à sua importante posição geoestratégica.

Kyiv chegou mesmo a denunciar alegadas incursões russas na Ucrânia ocidental a partir da região separatista.

A Rússia mantém um contingente de 1.500 soldados na Transnístria, cujos separatistas pró-Moscovo controlam o território desde a guerra civil na Moldova, em 1992.

Leia Também: Parlamento Europeu enaltece coragem dos moldavos e destaca Maia Sandu

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