Berlim pede a Israel que explique os "incidentes" contra a FINUL

As autoridades alemãs pediram hoje ao Governo israelita para dar "explicações" sobre os últimos incidentes no sul do Líbano com os "capacetes azuis" da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL) destacados na zona.

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© Ramiz Dallah/Anadolu via Getty Images)

Lusa
21/10/2024 15:58 ‧ 21/10/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros criticou a destruição de uma torre de observação da FINUL e de uma vedação circundante em Marwahin, uma cidade do sul do Líbano muito próxima da fronteira com Israel.

 

"Estas ações devem ser vistas com grande preocupação. A segurança da missão, cujo mandato foi conferido pelo Conselho de Segurança da ONU, não deve ser posta em causa. Esperamos que a parte israelita seja capaz de esclarecer cada um destes incidentes", afirmou.

O porta-voz lamentou a "situação humanitária dramática na Faixa de Gaza" e sublinhou a importância de "fazer chegar mais ajuda à região", onde já morreram mais de 42.600 pessoas.

"Os relatos de mortes de civis, incluindo crianças, e do bloqueio sistemático, que afeta principalmente o norte de Gaza, são muito preocupantes", reiterou.

O Governo alemão também instou Israel a cumprir as suas obrigações ao abrigo do Direito internacional, afirmando que "a ajuda deve chegar às pessoas necessitadas, especialmente no norte, numa escala muito maior do que antes".

Berlim espera que "a parte israelita explique todos os incidentes" e, por isso, "insta" o Governo alemão a dar a conhecer "os resultados das investigações sobre este incidente específico", disse Kathrin Deschauer numa conferência de imprensa.

"A segurança de uma operação mandatada pelo Conselho de Segurança da ONU e do seu pessoal não deve ser posta em risco", acrescentou.

Apesar desta "pressão sobre a missão", a FINUL afirmou que continuaria a "monitorizar e a informar" sobre a situação na fronteira entre Israel e o Líbano.

Na sexta-feira, a organização alertou para a "vasta destruição" de cidades e aldeias no sul do Líbano, onde Israel e o movimento islâmico Hezbollah estão envolvidos numa guerra aberta.

No domingo, a FINUL denunciou que um bulldozer do exército israelita tinha deliberadamente demolido uma torre de observação em Marwahin e recordou que "entrar numa posição da ONU e causar danos à propriedade da ONU é uma violação flagrante do Direito internacional e da resolução 1701 do Conselho de Segurança", alertando ainda para o facto de tal "pôr em risco a segurança das forças de manutenção da paz".

Perante esta situação, a FINUL sublinhou que "todos os intervenientes" têm a obrigação de garantir a segurança do pessoal e dos bens da ONU e de "respeitar a inviolabilidade das instalações da ONU em todas as circunstâncias".

Na semana anterior, a FINUL - que conta com 10.000 soldados da paz - tinha acusado as tropas israelitas de dispararem "repetida" e "deliberadamente" contra as suas posições.

Quase 2.500 pessoas morreram e 11.530 ficaram feridas no Líbano desde o início do conflito entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, em outubro de 2023, de acordo com o Ministério da Saúde Pública libanês.

Os bombardeamentos israelitas estão concentrados no leste e sul do Líbano, bem como nos subúrbios ao sul de Beirute, a capital.

Desde o início da campanha israelita e da invasão terrestre do sul do Líbano, cerca de 1,2 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, segundo dados do Governo libanês.

Leia Também: EUA querem resolução da ONU de 2006 como base de cessar-fogo no Líbano

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