"Estamos cientes dos relatórios que a Coreia do Norte enviou e está a preparar-se para enviar tropas adicionais para a Ucrânia para lutar ao lado da Rússia", frisou Robert Wood, vice-embaixador dos Estados Unidos na ONU, perante o Conselho de Segurança.
"A ser verdade, este é um desenvolvimento perigoso e muito preocupante e um claro aprofundamento das relações militares entre a Coreia do Norte e a Rússia", acrescentou.
O diplomata realçou que os Estados Unidos estão a "consultar os aliados e parceiros sobre as implicações de tal decisão".
O embaixador francês na ONU, Nicolas de Rivière, estimou, por sua vez, que "o envio de soldados norte-coreanos, a provar-se, constituiria uma escalada adicional", acrescentando que "o aumento do apoio da Coreia do Norte ao esforço de guerra russo é muito preocupante."
Segundo a agência de informação sul-coreana, a Coreia do Norte decidiu enviar até 12 mil soldados para ajudar a Rússia.
Cerca de 1.500 soldados das forças especiais norte-coreanas já estão na Rússia para se ambientarem e deverão em breve avançar para a frente de combate, segundo a mesma fonte.
Em Washington, porém, parece imperar a cautela, com os Estados Unidos a afirmarem há vários dias que não têm qualquer confirmação.
"Não estamos na fase em que podemos confirmar esta informação e dizer se é precisa", vincou o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patell, aos jornalistas.
Os Estados Unidos e os seus aliados ocidentais, bem como na Ásia, denunciam há meses o fornecimento pela Coreia do Norte de armas à Rússia para a guerra na Ucrânia, e a aproximação cada vez mais assertiva entre Pyongyang e Moscovo.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
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