Norte-coreanos ao lado das forças russas seria "desenvolvimento perigoso"

Os Estados Unidos sublinharam hoje que não podiam confirmar se soldados norte-coreanos foram enviados para a frente de combate na Ucrânia, para reforçar as forças russas, mas consideraram essa possibilidade um "desenvolvimento perigoso".

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© Yuki Iwamura/Bloomberg via Getty Images

Lusa
22/10/2024 06:35 ‧ 22/10/2024 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"Estamos cientes dos relatórios que a Coreia do Norte enviou e está a preparar-se para enviar tropas adicionais para a Ucrânia para lutar ao lado da Rússia", frisou Robert Wood, vice-embaixador dos Estados Unidos na ONU, perante o Conselho de Segurança.

 

"A ser verdade, este é um desenvolvimento perigoso e muito preocupante e um claro aprofundamento das relações militares entre a Coreia do Norte e a Rússia", acrescentou.

O diplomata realçou que os Estados Unidos estão a "consultar os aliados e parceiros sobre as implicações de tal decisão".

O embaixador francês na ONU, Nicolas de Rivière, estimou, por sua vez, que "o envio de soldados norte-coreanos, a provar-se, constituiria uma escalada adicional", acrescentando que "o aumento do apoio da Coreia do Norte ao esforço de guerra russo é muito preocupante."

Segundo a agência de informação sul-coreana, a Coreia do Norte decidiu enviar até 12 mil soldados para ajudar a Rússia.

Cerca de 1.500 soldados das forças especiais norte-coreanas já estão na Rússia para se ambientarem e deverão em breve avançar para a frente de combate, segundo a mesma fonte.

Em Washington, porém, parece imperar a cautela, com os Estados Unidos a afirmarem há vários dias que não têm qualquer confirmação.

"Não estamos na fase em que podemos confirmar esta informação e dizer se é precisa", vincou o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patell, aos jornalistas.

Os Estados Unidos e os seus aliados ocidentais, bem como na Ásia, denunciam há meses o fornecimento pela Coreia do Norte de armas à Rússia para a guerra na Ucrânia, e a aproximação cada vez mais assertiva entre Pyongyang e Moscovo.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Leia Também: EUA anunciam novo pacote de ajuda militar à Ucrânia de 370 milhões

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