UE "confiante" que Guterres vai apelar a Putin para "cessar hostilidades"

A diplomacia da União Europeia disse hoje confiar que o secretário-geral das Nações Unidas irá, num encontro com o Presidente russo previsto para quinta-feira, apelar à Rússia para que saia "total e incondicionalmente" da Ucrânia e cesse hostilidades.

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© Dursun Aydemir/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
22/10/2024 15:28 ‧ há 5 semanas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Estamos confiantes de que o secretário-geral da ONU, em Kazan [cidade russa que acolhe a cimeira dos BRICS], reforçará o apelo à Rússia para que se retire total e incondicionalmente da Ucrânia, seguido de uma cessação das hostilidades, tal como já expresso em várias resoluções" da Organização das Nações Unidas (ONU), reagiu em declarações à Lusa o porta-voz da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Peter Stano.

 

Um dia após o anúncio do encontro entre Guterres e Putin, por Moscovo - mas que não foi confirmado pela ONU -, à margem da cimeira do grupo de países emergentes BRICS, Peter Stano acrescentou: "O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, está ciente de que, desde a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, nas nossas relações diplomáticas não nos envolvemos com a Rússia, atual presidente dos BRICS, e quaisquer relações são mantidas ao mínimo".

"A UE lamenta a narrativa utilizada pela Presidência russa e por alguns membros dos BRICS contra os valores universais e as organizações multilaterais, como a ONU", disse também.

Peter Stano adiantou à Lusa que esta cimeira dos BRICS "é organizada por um dirigente que recebeu um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional e é alegadamente responsável por crimes de guerra cometidos em território ucraniano ocupado".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano criticou hoje o encontro, depois de Guterres ter recusado participar na conferência de paz realizada na Suíça, em junho.

"Em vez disso, [agora] aceita o convite para ir a Kazan do criminoso de guerra Putin", lamentou a diplomacia ucraniana, numa mensagem publicada nas redes sociais.

Para o Governo ucraniano, esta é uma "escolha errada" de Guterres, que "não promove a causa da paz" e "só prejudica a reputação da ONU".

Na segunda-feira, a Rússia anunciou uma reunião na quinta-feira entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, à margem da cimeira dos BRICS, a primeira dos dois dirigentes desde a invasão da Ucrânia.

A cimeira realiza-se entre hoje e quinta-feira na cidade russa de Kazan.

Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul formam o grupo original dos BRICS, que estão em expansão, depois de incluírem o Egito, o Irão, os Emirados Árabes Unidos e a Etiópia.

Além de Guterres, Vladimir Putin vai manter reuniões bilaterais com vários líderes do grupo BRICS, como o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, bem como com outros líderes convidados para a cimeira em Kazan.

Vladimir Putin já tinha afirmado que cerca de 30 países tinham demonstrado interesse em aderir de uma forma ou outra aos BRICS.

Entre os Estados que manifestaram publicamente interesse em aderir ao grupo estão Cuba, Venezuela, Turquia, Azerbaijão e Malásia.

Durante a reunião, o Brasil assumirá a liderança dos BRICS durante um ano, a partir de 01 de janeiro de 2025, mas o líder brasileiro, Lula da Silva, vai faltar ao encontro na Rússia por impedimento de saúde.

Na última cimeira, realizada no ano passado na África do Sul, o Presidente russo participou por videoconferência, no seguimento da emissão de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional contra Putin devido ao seu papel na deportação de crianças ucranianas após a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Segundo Moscovo, mais de 20 dirigentes internacionais são esperados em Kazan.

Leia Também: Marcelo saúda "sim" à União Europeia em referendo na Moldova

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