De acordo com uma intervenção de Josep Borrell no plenário de Estrasburgo (Franca) do Parlamento Europeu, proferida pelo comissário para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, em representação de Borrell, o Líbano "é um país frágil gravemente enfraquecido por múltiplas crises".
O país está a ser "ainda mais desestabilizado pelas operações de Israel", advertiu Josep Borrell, acrescentando que pode haver "repercussões mais abrangentes para toda a região" e não só.
"A população civil libanesa está a pagar o preço mais elevado. O país está a viver o conflito mais devastador desta geração, com quase 2.500 pessoas mortas, um em cada cinco libaneses estão deslocados e deste cifra 43% são crianças", sustentou o chefe da diplomacia europeia.
Josep Borrell alertou que há falta de abrigos, a educação das crianças foi interrompida, há "numerosos ataques" contra infraestruturas de saúde e houve um aumento no número de mortes de profissionais de saúde.
À semelhança do que aconteceu na Faixa de Gaza, aumenta o "risco de um surto de doenças".
Por isso, o chefe da diplomacia europeia insistiu na necessidade de um cessar-fogo imediato.
"A União Europeia está empenhada em apoiar ainda mais as Forças Armadas Libanesas e em facilitar a cooperação com a Força Interina das Nações Unidas no Líbano", acrescentou.
Josep Borrell anunciou que vários Estados-membros já se disponibilizaram para enviar equipamentos médicos para o Líbano, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, na sequência de um pedido feito pelas autoridades libanesas na segunda-feira, sem especificar quais os países envolvidos.
"Os Estados-membros da União Europeia sempre apoiaram a Força Interina das Nações Unidas no Líbano e vão continuar a fazê-lo [...], a decisão de quererem continuar no terreno, apesar das ameaças feitas [por Israel], merece o nosso apoio político, reconhecimento e respeito, de todo", completou.
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