Esta manhã, em conferência de imprensa, o presidente daquele órgão eleitoral anunciou a vitória do partido do primeiro-ministro, Irakli Kobajidze, referindo que a oposição teve 37,58% dos votos (a Coligação para a Mudança teve 10,8 %, o Unidade - constituído pelo Movimento Nacional Unido (MNU), fundado pelo antigo Presidente georgiano Mikheil Saakashvili, preso, e pelo partido Estratégia do Renascimento atingiram os 10,12 % e os partidos Geórgia Forte e Gajaria para a Geórgia, obtiveram 8,78% e 7,76%, respetivamente).
Ainda na noite de sábado, perante os primeiros resultados do ato eleitoral, a oposição contestou a vitória do Sonho Georgiano, considerando que houve "resultados distorcidos".
"Não reconhecemos resultados distorcidos de eleições roubadas", declarou a líder do MNU, Tina Bokuchava, enquanto o líder do partido Akhali, denunciou "uma usurpação do poder e um golpe constitucional".
Hoje, em resposta e depois do anúncio da Comissão Eleitoral, o primeiro-ministro georgiano criticou a oposição e defendeu o futuro "pró-europeu" da nação caucasiana.
"Sabíamos que a oposição não teria a dignidade de se resignar à derrota, mas isso tornou-se uma tradição", declarou Irakli Kobajidze numa conferência de imprensa, citado pela France Press, referindo-se à crise política que eclodiu nas últimas eleições parlamentares de 2020, quando a oposição também rejeitou do Sonho Georgiano, que se mantém no poder desde 2012.
Segundo Kobajidze a oposição andou a "enganar os seus eleitores, dizendo-lhes que estava a ganhar as eleições", garantindo que o sistema de votação implementado "exclui totalmente" a possibilidade de fraude eleitoral e manipulação de resultados.
O primeiro-ministro da Geórgia considerou ainda "inaceitáveis" as tentativas da oposição de pôr em causa a ordem constitucional e reiterou o apego do Sonho Georgiano ao "futuro europeu" e à paz.
"Esta eleição foi como um referendo em que a paz foi decidida, e a escolha foi a única possível e sem alternativas a favor da paz e do futuro europeu", disse, descrevendo os resultados alcançados pelo Sonho Georgiano nas eleições como 'impressionantes'.
Bruxelas já avisou que a adesão à União Europeia da Geórgia, uma antiga república soviética do Cáucaso com cerca de quatro milhões de habitantes, dependia dos resultados das eleições, isto depois de em maio o país ter sido palco para grandes manifestações contra uma lei sobre "influência estrangeira", inspirada na legislação russa sobre "agentes estrangeiros", utilizada para esmagar a sociedade civil.
Aquela opção legislativa levou Bruxelas a congelar o processo de adesão da Geórgia à UE e os Estados Unidos a imporem sanções a funcionários georgianos.
Outro motivo de tensão com o Ocidente é a recente promulgação de uma lei que restringe severamente os direitos das pessoas LGBT+ neste país de tradição cristã ortodoxa, onde a hostilidade contra as minorias sexuais continua a ser forte.
O primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, o único líder da UE a manter-se próximo de Moscovo, foi o primeiro líder estrangeiro a reagir aos resultados das eleições na Geórgia, tendo considerado que o partido no poder teve uma "vitória esmagadora", enquanto o Presidente do vizinho Azerbaijão, Ilham Aliyev, felicitou o primeiro-ministro cessante Irakli Kobakhidze pela vitória do seu partido.
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