Os corpos, que estavam em "completa decomposição", foram rejeitados pelo mar no sábado e no domingo, acrescentou Farid Ben Jha, porta-voz dos tribunais de Mahdia e Monastir que adiantou não ser possível confirmar se eram migradores irregulares ou sequer se estariam todos no mesmo barco.
Juntamente com a Líbia, a Tunísia, cuja costa se situa, em alguns locais, a menos de 150 km da Sicília, Itália, é o principal ponto de partida do Norte de África para os migrantes que procuram atravessar o Mediterrâneo e chegar à Europa.
Todos os anos, milhares de pessoas de países da África subsariana tentam fazer a perigosa travessia do Mediterrâneo.
Milhares de tunisinos querem abandonar o seu país, face às dificuldades económicas e tensões políticas desde o golpe do Presidente Kaïs Saied, no verão de 2021.
No final de setembro, 36 migrantes - 20 tunisinos e 16 egípcios -, que partiram de Bizerte (norte), foram resgatados pela guarda costeira num barco avariado que se dirigia para Nabeul (centro-leste).
Entre o início de 2024 e junho, o Fórum Tunisino para os Direitos Económicos e Sociais (FTDES) registou cerca de 400 mortes ou desaparecimentos de migrantes em naufrágios ao largo da costa tunisina, após pelo menos 1.300 mortes ou desaparecimentos em 2023.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), morreram, na última década, mais de 30 mil migrantes no Mediterrâneo, incluindo mais de três mil no ano passado.
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