A coligação do PDL (conservador) com o aliado Komeito conquistou, no domingo, 215 lugares de um total de 465 na Câmara dos Representantes, insuficiente para garantir a maioria absoluta de 233 deputados.
Depois de serem divulgadas, na segunda-feira, as primeiras projeções, Ishiba prometeu "iniciar reformas fundamentais em matéria de financiamento e política" no PDL, castigado nas urnas pela elevada inflação no país e por um escândalo financeiro.
"O maior fator é a suspeita, a desconfiança e a raiva que não desapareceram em relação ao problema do financiamento e da política", disse o primeiro-ministro à imprensa, referindo-se ao escândalo que abalou o PDL
O escândalo financeiro, que já tinha contribuído para a impopularidade do anterior primeiro-ministro Fumio Kishida, levou o PDL a punir várias dezenas de membros por não terem declarado o equivalente a vários milhões de euros, recolhidos através da venda de bilhetes para noites de angariação de fundos.
Ishiba garantiu ainda que pretende manter-se no cargo apesar do desaire eleitoral, para não criar um "vácuo político".
Sem uma maioria absoluta com o parceiro de coligação, o PDL terá de procurar outros aliados ou formar um Governo minoritário precário, uma vez que a oposição continua demasiado fragmentada para propor uma alternativa.
Este resultado será praticamente inédito na história do PDL, que conseguiu manter-se no poder quase ininterruptamente desde 1955.
Ishiba, de 67 anos, que se tornou primeiro-ministro em 01 de outubro, convocou eleições antecipadas e prometeu aos eleitores "um novo Japão", com um programa de reforço da segurança e da defesa, de aumento do apoio às famílias com baixos rendimentos e de revitalização do mundo rural japonês.
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