Proibição da UNRWA vai agravar "catástrofe humanitária palestiniana"

A organização não governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou que a lei israelita para proibir as atividades da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos vai "agravar a catástrofe humanitária palestiniana".

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Lusa
30/10/2024 06:18 ‧ 30/10/2024 por Lusa

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O secretário-geral dos MSF, Christopher Lockyear, descreveu a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinianos no Médio Oriente (UNRWA, na sigla em inglês) como "uma tábua de salvação para os palestinianos", num comunicado divulgado na terça-feira.

 

O parlamento de Israel aprovou, na segunda-feira, duas leis, que vão entrar em vigor dentro de 90 dias, para proibir a atividade da UNRWA em Israel e limitar a capacidade operacional nos territórios palestinianos ocupados da Cisjordânia e de Gaza.

"Isso teria implicações catastróficas para a grave situação humanitária dos palestinianos que vivem em Gaza, bem como na Cisjordânia, agora e nas gerações vindouras", disse Lockyear.

"Condenamos veementemente esta decisão, que é o culminar de uma longa campanha contra a organização", responsável por "quase toda a distribuição da ajuda da ONU" que chega à Faixa de Gaza, sublinhou o responsável.

"É imperativo que o mundo aja para salvaguardar os direitos fundamentais dos palestinianos", afirmaram os MSF.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, enviou na terça-feira uma carta ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a pedir a manutenção da UNRWA.

Com cerca de 18 mil funcionários entre a Cisjordânia ocupada e a Faixa de Gaza, incluindo 13 mil professores e 1.500 profissionais de saúde, a UNRWA tem prestado ajuda aos refugiados palestinianos desde a sua criação em 1949.

Israel acusa a agência de manter laços estreitos com os militantes do grupo islamita palestiniano Hamas, que lançou em 07 de outubro de 2023 um ataque sem precedentes em território israelita, onde deixou mais de 1.200 mortos, na maioria civis, e fez mais de duas centenas de reféns.

Desde que Israel iniciou a operação contra o Hamas, a Faixa de Gaza ficou sitiada e mais de 43 mil pessoas, também maioritariamente civis, morreram, segundo as autoridades locais controladas pelo grupo islamita.

No enclave, controlado pelo Hamas desde 2007, mais de 1,9 milhões de pessoas estão deslocadas, enfrentando uma escassez generalizada de bens essenciais.

Leia Também: Força aérea israelita bombardeia "zona humanitária" na Faixa de Gaza

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