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Jornalista iraniano-americano detido há meses no Irão

Um jornalista iraniano-americano que já trabalhou para uma emissora financiada pelo Governo dos EUA está detido no Irão há meses, disseram hoje as autoridades no domingo.

Jornalista iraniano-americano detido há meses no Irão
Notícias ao Minuto

07:08 - 03/11/24 por Lusa

Mundo Irão

O Departamento de Estado norte-americano anunciou a detenção de Reza Valizadeh no dia em que o Irão comemora o 45.º aniversário da tomada da embaixada dos EUA em Teerão em 1979 e a captura de 52 funcionários como reféns durante 444 dias.

 

"Estamos a trabalhar com os nossos parceiros suíços (...) no Irão para recolher mais informações sobre este caso", disse o Departamento de Estado.

"O Irão prende de forma rotineira cidadãos dos EUA e cidadãos de outros países injustamente para fins políticos. Esta prática é cruel e contrária ao direito internacional", lamentou a diplomacia norte-americana.

Valizadeh trabalhou para a Radio Farda, um canal da Radio Europa Livre/Radio Liberdade gerido pela agência pública dos Estados Unidos para os media globais.

Em fevereiro, o jornalista tinha escrito na rede social X (antigo Twitter) que o Irão tinha detido familiares seus, numa tentativa de o obrigar a regressar ao país.

Em agosto, Valizadeh terá publicado duas mensagens que sugerem que tinha regressado ao Irão, apesar da Rádio Farda ser vista pelo regime de Teerão como um meio de comunicação hostil.

"Cheguei a Teerão a 06 de março de 2024. Antes disso, tinha negociações inacabadas com o departamento de inteligência [da Guarda Revolucionária]", lia-se em parte da mensagem. "Eventualmente regressei ao meu país depois de 13 anos sem qualquer garantia de segurança, mesmo verbal", acrescentou.

A organização não governamental Agência de Notícias dos Ativistas dos Direitos Humanos, que acompanha estes casos no Irão, disse que Valizadeh foi detido à chegada ao país no início do ano, mas foi posteriormente libertado.

O jornalista terá sido detido novamente mais tarde e enviado para a prisão de Evin, onde enfrenta um processo no Tribunal Revolucionário do Irão, que realiza rotineiramente audiências à porta fechada

Desde a crise da embaixada dos EUA em 1979 que o Irão tem utilizado prisioneiros como moeda de troca nas negociações com o Ocidente.

Em setembro de 2023, cinco norte-americanos detidos durante anos no Irão foram libertados em troca de cinco iranianos sob custódia dos EUA e de seis mil milhões de dólares (5,5 mil milhões de euros) em ativos iranianos congelados a serem libertados pela Coreia do Sul.

No sábado, numa reunião com milhares de estudantes na véspera do 45.º aniversário da tomada da embaixada dos EUA em Teerão em 1979, o líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, advertiu Israel e os Estados Unidos de que "receberão uma resposta esmagadora" pelas suas ações contra a República Islâmica e a aliança anti-israelita "Eixo da Resistência".

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