As forças armadas indonésias anunciaram que quatro navios e um helicóptero russos participam nos exercícios navais, que tiveram início na cidade portuária de Surabaya e decorrerão até sexta-feira no Mar de Java, a oeste do arquipélago.
Os exercícios, denominados "Orruda 24", permitirão às forças navais dos dois países "trocar experiências e competências e estabelecer laços de amizade", disseram as forças armadas indonésias num comunicado citado pela agência espanhola EFE.
Os exercícios surgem na sequência de uma visita a Moscovo em julho de Prabowo, que se encontrou com o Presidente russo, Vladimir Putin.
Na altura, Prabowo afirmou que a Indonésia queria estreitar os laços económicos e de defesa com a Rússia.
Prabowo, que tomou posse em 20 de outubro, comprometeu-se a exercer uma diplomacia neutra e a manter as melhores relações com todos os países, incluindo Estados Unidos, China e Rússia, em conformidade com a política tradicional de não-alinhamento da Indonésia.
A embaixada da Rússia em Jacarta disse hoje que as corvetas russas "Gromky", "Rezky" e "Aldar Tsydenzhapov", bem como o navio de apoio militar "Pechenga", estavam a participar nas manobras em águas indonésias.
"Esta não é a primeira vez que navios russos atracam em portos indonésios, mas é a primeira vez que estamos a participar num exercício marítimo em grande escala [com a Indonésia]", disse o embaixador russo em Jacarta, Serguei Tolchenov.
A delegação russa informou que o comandante da frota russa do Pacífico, Alexei Sysuev, participou na cerimónia de abertura e que os exercícios terão lugar no porto de Surabaya e no mar de Java.
Durante o mandato do anterior presidente, Joko Widodo (2014-2024), a Indonésia tentou mediar entre a Rússia e a Ucrânia para encontrar uma solução para a guerra iniciada por Moscovo em 2022, mas sem resultados concretos.
Com o novo governo em funções, as autoridades indonésias anunciaram em outubro a intenção de aderir este ano aos BRICS, o bloco liderado pela China e pela Índia e presidido pela Rússia.
Ao mesmo tempo, a Indonésia procura aderir à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), liderada pelos Estados Unidos, Japão e União Europeia.
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