"Não sei de nenhum plano do presidente [Vladimir Putin] para felicitar Trump pela eleição. Não nos esqueçamos que estamos a falar de um país hostil que está direta e indiretamente envolvido numa guerra contra o nosso Estado", disse hoje Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin,
Sem especificar, Peskov acrescentou que Moscovo vai "julgar Trump por atos concretos".
As relações russo-americanas foram seriamente afetadas desde que a Rússia lançou o ataque militar contra a Ucrânia, com Moscovo a criticar o Ocidente pelo apoio a Kiev.
"É praticamente impossível que as relações se deteriorem ainda mais. Estão no ponto mais baixo de sempre. Quanto ao que vai acontecer, tudo vai depender dos líderes norte-americanos", afirmou.
"Veremos o que acontece em janeiro", disse Peskov, referindo-se à data da cerimónia da tomada de posse do próximo presidente dos Estados Unidos.
O candidato republicano às eleições presidenciais norte-americanas tem insistido repetidamente que pode impor a paz na Ucrânia em "24 horas", sem nunca explicar como o tenciona fazer criticando diretamente a escala da ajuda concedida a Kiev.
Donald Trump também elogiou Vladimir Putin.
Por isso, tanto na Europa como na Ucrânia, teme-se que Donald Trump obrigue a Ucrânia a negociar com a Rússia em termos muito favoráveis a Moscovo.
"Temos afirmado repetidamente que os Estados Unidos estão em posição de pôr fim a este conflito. É claro que isso não pode acontecer de um dia para o outro", salientou Peskov.
"Mas, uma vez que os Estados Unidos estão a alimentar este conflito (...) e estão diretamente envolvidos nele, acredito que os Estados Unidos podem mudar o rumo da política externa que adotaram", afirmou.
O candidato republicano às presidenciais nos Estados Unidos, Donald Trump, declarou hoje vitória, quando as projeções dos media norte-americanos o colocam a apenas três votos eleitorais de alcançar os 270 necessários para regressar à Casa Branca.
Cerca das 08h30 (hora de Lisboa), Trump tinha 267 votos eleitorais contra 224 da adversária democrata, Kamala Harris, segundo as projeções dos media norte-americanos, incluindo a cadeia televisiva Fox, que já declarou o ex-presidente vencedor, e liderava a contagem em todos os estados considerados decisivos e ainda sem vencedor declarado.
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