Polícia sul-africana dispersa manifestantes com balas de borracha

A polícia sul-africana dispersou na tarde de hoje com balas de borracha um grupo de manifestantes moçambicanos no posto de fronteira de Lebombo, entre Komatipoort e Ressano Garcia, encerrado por motivos de segurança.

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© Lefty Shivambu/Gallo Images via Getty Images

Lusa
06/11/2024 15:44 ‧ há 4 semanas por Lusa

Mundo

Moçambique

O porta-voz da Polícia Sul-Africana (SAPS) de Mpumalanga, Mangoseni Nkosi, adiantou à agência Lusa que há a registar uma detenção, um homem de 49 anos, durante os confrontos com as autoridades sul-africanas.

 

"Tivemos este incidente há instantes, em que um grupo de pessoas não foram autorizadas a aproximar-se da fronteira porque está fechada, e um operador de táxi sem passageiros decidiu aproximar-se com a viatura do posto fronteiriço e ficar em frente ao portão", explicou o agente policial Mangoseni Nkosi à Lusa.

"Quando a polícia estava a tentar repreendê-lo foi quando outras pessoas tentaram incentivar outros moçambicanos e houve um caos total daquele lado que nos obrigou a dispersar a multidão e a disparar balas de borracha de aviso, e um suspeito moçambicano de 49 anos foi preso por crime de violência pública, até ao momento", adiantou.

A África do Sul encerrou na noite desta terça-feira a principal fronteira com o país vizinho lusófono por "motivos de segurança", na sequência de violentos protestos que eclodiram no lado moçambicano da fronteira, em Ressano Garcia, anunciou a Autoridade de Gestão de Fronteiras da África do Sul (BMA, na sigla em inglês).

Os manifestantes terão invadido o posto de fronteira moçambicano, incendiando edifícios, incluindo casas de agentes de segurança e veículos da autoridade aduaneira moçambicana, segundo fontes locais.

Mais de trinta agentes da Polícia de Moçambique procuraram refúgio com a segurança sul-africana no posto de fronteira de Lebombo, noticiou hoje o canal público sul-africano SABC.

O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique a 24 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, após um apelo do candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer estes resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

Após protestos nas ruas que paralisaram o país, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais que têm degenerado em violência e intervenção da polícia, e uma manifestação concentrada em Maputo convocada para esta quinta-feira.

Leia Também: Governo reitera alerta de cuidados redobrados a portugueses em Moçambique

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