O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, começou a avançar com alguns nomes para o seu futuro mandato. Especula-se que nomes leais ao Republicano venham a integrar a administração no próximo ano.
A partir de janeiro, a presidência do Senado será ocupada por J.D. Vance, 'vice' do futuro presidente Donald Trump.
Oficialmente, Susie Wiles foi o primeiro anúncio para o futuro governo de Trump e, assim, torna-se também a primeira mulher nomeada chefe de gabinete da Casa Branca, um dos cargos mais importantes em Washington.
Wiles tem sido uma das principais conselheiras da campanha republicana e o próprio Trump atribui-lhe a vitória nas eleições americanas.
No segundo mandato, Trump vai contar com um regresso. Tom Homan, o antigo responsável pela imigração no primeiro mandato do presidente eleito, foi nomeado como novo líder de fronteiras e imigração, e é o segundo nome revelado.
"Será responsável por toda a deportação de estrangeiros ilegais de volta para o país de origem", anunciou Trump sobre o anterior diretor interino da agência de Imigração e Fiscalização Aduaneira (ICE, na sigla em inglês) que ocupou o cargo entre janeiro de 2017 e junho de 2018.
A estes nomes junta-se o conselheiro de longa data, Stephen Miller, figura da linha dura sobre imigração, que foi anunciado como diretor adjunto de política interna no futuro governo de Trump. Este era um dos nomes em destaque para a futura administração republicana e que se confirmou esta segunda-feira.
"Uma lutadora incrivelmente forte, tenaz e inteligente pela América". Foi desta forma que Trump anunciou a nomeação de Elise Stefanik para embaixadora norte-americana junto das Nações Unidas, numa declaração ao New York Post, no domingo à noite.
Stefanik é atualmente a líder dos deputados republicanos na câmara baixa do Congresso, a Câmara dos Representantes. No entanto, e apesar do mesmo jornal confirmar que esta aceitou o convite de Trump, a nomeação, contrariamente às anteriores, carece de confirmação pelo Senado, a câmara alta do parlamento norte-americano.
Recentemente, foi anunciado, esta segunda-feira, que já estava escolhido o dirigente da Agência de Proteção Ambiental (EPA). Lee Zeldin, um dos amigos mais próximos e antigo representante do Estado de Nova Iorque, foi o quinto nome nomeado para integrar a administração de Trump.
"Vai garantir que são tomadas decisões de desregulação rápidas e justas que impulsionarão a força das empresas americanas, mantendo ao mesmo tempo os mais elevados padrões ambientais", justificou o futuro presidente republicano.
E quem está na 'calha'?
Os nomes na lista da futura administração de Donald Trump vão sendo 'riscados', mas existem ainda outros apontados para integrar o governo, em janeiro - e são nomes pautados, acima de tudo, por um vínculo de lealdade com o Republicano.
Uma aposta sonante e que esteve ao lado do republicano durante a campanha eleitoral (e que, além disso, contribuiu acima de cem milhões de euros da sua fortuna pessoal para ajudar Trump), foi Elon Musk.
Espera-se que o multimilionário e dono do X integre a administração na Casa Branca. Tudo aponta para que este seja responsável pela gestão de um gabinete de "eficiência governamental" para cortar nas despesas burocráticas e cumprir o objetivo do republicano de eliminar aquilo a que chama 'deep state', ou o que considera serem perturbações sistémicas da administração pública às políticas de Estado.
A próxima administração pode ver a política de saúde ser entregue a Robert F. Kennedy Jr., sobrinho do ex-Presidente democrata John F. Kennedy (1961-1963), que retirou a sua candidatura presidencial como independente para apoiar Trump.
Entre as apostas reveladas, a nomeação mais antecipada é do procurador-geral, que vai dirigir o Departamento de Justiça e encerrar os dois processos-crime contra o republicano pelo assalto ao Capitólio em janeiro de 2021 e pela retirada de documentos confidenciais da Casa Branca.
A primeira opção é Jeff Clark, ex-procurador-geral adjunto que foi acusado ao lado de Trump por interferência eleitoral no estado da Geórgia, e a segunda é o atual procurador-geral do Texas, Ken Paxton.
Para além de Tom Homan, Trump pode estar a contar com vários outros regressos na administração do primeiro mandato, entre 2017 e 2021, na Casa Branca.
Mike Pompeo pode estar de volta à administração como secretário de Defesa, após ter estado à frente do Pentágono no primeiro mandato de Trump.
Para além desta possibilidade, Mike Waltz, congressista da Florida e coronel reformado da Guarda Nacional, e o senador do Arkansas, Tom Cotton, são outras apostas para o cargo.
O anterior representante do Comércio Externo no primeiro mandato, Robert Lighthizer, visto como um cético no que toca ao comércio livre e defensor da guerra das tarifas com a China, pode estar à frente do departamento do tesouro a partir de janeiro.
No entanto, este não é a única hipótese para ocupar o cargo no segundo mandato de Trump. Doadores importantes da campanha, como os empresários Howard Lutnick, Scott Bessent e John Paulson, também podem estar a ser considerados.
Outro regresso, que pode ocorrer para cumprir uma promessa de Trump, é o da ex-secretária de Educação, Betsy Devos que pode eliminar o departamento. Ainda referente à lista, o governador do Dakota do Norte, Doug Burgum é apontado como o provável secretário de energia.
[Notícia atualizada às 23h00]
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