O Ministério Público de Paris pediu, esta quarta-feira, uma pena de cinco anos de prisão - dois dos quais efetiva - para a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, por alegado desvio de fundos europeus para o seu partido, a União Nacional (RN).
Segundo a imprensa francesa, além dos cinco anos de prisão, o Ministério Público pediu a inelegibilidade da política durante um período de também cinco anos e o pagamento de uma multa de 300 mil euros.
"A lei aplica-se a todos", sublinhou o procurador responsável.
A confirmar-se a pena pedida pelo Ministério Público, Marine Le Pen fica impedida de concorrer às próximas eleições presidenciais francesas, agendadas para 2027. A líder da extrema-direita francesa foi a segunda classificada em relação a Emmanuel Macron nas eleições presidenciais de 2017 e 2022 e já revelou a intenção de se candidatar novamente pelo seu partido.
Le Pen já criticou a "violência" e o "ultraje" das acusações.
"Penso que o objetivo do Ministério Público é privar os franceses da possibilidade de votarem em quem querem" e "arruinar o partido", disse a líder da extrema-direita à saída da audiência.
O RN, anteriormente designado Frente Nacional, e 24 dos seus dirigentes estão a ser julgados por alegadamente terem usado dinheiro destinado a assessores parlamentares da União Europeia (UE) para pagar a funcionários que trabalharam para o partido entre 2004 e 2016, em violação dos regulamentos do bloco europeu.
Se forem considerados culpados, Marine Le Pen e os outros 25 co-arguidos podem enfrentar até 10 anos de prisão e multas até um milhão de euros cada, com a possibilidade de sanções adicionais, como a perda de direitos civis ou a inelegibilidade para concorrer a cargos públicos.
[Notícia atualizada às 20h01]
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