"Gostaria, em meu nome e em nome dos dirigentes e membros da coligação Takku Wallu Senegal, de felicitar o Pastef (Patriotas Africanos do Senegal para o Trabalho, a Ética e a Fraternidade) pela sua vitória nas eleições legislativas de domingo", declarou Macky Sall, que tentava regressar à linha da frente da política depois de ter deixado a presidência em março, na sequência das últimas eleições presidenciais.
Através da sua conta na rede social X, indicou que "o povo soberano exprimiu-se claramente, confirmando mais uma vez a sua maturidade política e o seu respeito pelos valores republicanos e pela democracia", que descreveu como os "fundamentos" da "coesão social" e da "coexistência" no país africano.
Sall exprimiu também a sua "profunda gratidão" a todos aqueles que foram às urnas apoiar a coligação que lidera. "Continuamos a ser um grande povo, uma grande nação. (...) Obrigado a todos vós. Que Deus abençoe o Senegal", declarou o antigo Presidente.
Por seu lado, a Comissão Eleitoral Nacional Autónoma (CENA) aplaudiu o "comportamento exemplar" da população nas eleições e elogiou o seu "espírito cívico", segundo a agência noticiosa estatal senegalesa APS. Sublinhou também que as eleições decorreram normalmente, "num ambiente calmo, pacífico e sereno".
Os resultados provisórios das eleições apontam para a vitória do Pastef, à frente da coligação Samm Sa Kaddu, liderada pelo presidente da Câmara de Dakar, Barthélémy Dias, e do Takku Wallu Senegal. O próprio Dias foi um dos primeiros a felicitar o partido de Sonko, aliado do atual Presidente, Bassirou Diomaye Faye.
As eleições foram convocadas por Faye após a dissolução do parlamento em setembro, devido ao bloqueio imposto pela então coligação maioritária, alinhada com Sall, às propostas promovidas desde a sua chegada à presidência, na sequência da sua vitória nas eleições de março.
Faye venceu nas urnas numa eleição que Sall não disputou depois de o seu limite de dois mandatos se ter esgotado e depois de Sonko, o principal líder da oposição, ter sido excluído do escrutínio devido a uma anterior condenação, que atribuiu a uma perseguição por parte das autoridades para o manter afastado da política.
Depois de vencer as eleições presidenciais, Faye nomeou Sonko primeiro-ministro com o objetivo de fazer avançar a sua agenda conjunta, embora o Governo se tenha queixado desde então de que os aliados de Sall estavam a bloquear as reformas e as propostas apresentadas ao parlamento, provocando um impasse legislativo.
Cerca de 7,3 milhões de eleitores senegaleses foram no domingo chamados a eleger 165 deputados, que exercerão o seu mandato durante cinco anos.
Os órgãos eleitorais têm até terça-feira à noite para publicar os resultados oficiais provisórios a nível departamental.
Os eleitores tinham de decidir se davam ou não à dupla Faye-Sonko os meios para cumprir as suas promessas: melhorar a vida de uma população que luta diariamente para sobreviver, partilhar com ela as receitas dos recursos naturais - como os hidrocarbonetos e as pescas, que de outra forma seriam vendidas ao estrangeiro -, combater a corrupção e transformar o Estado e o seu sistema judicial.
O custo de vida continua a ser uma grande preocupação da população, tal como o desemprego, que ultrapassa os 20%.
O novo Governo ver-se-á, por sua vez, a braços com a vaga de centenas de compatriotas que partem todos os meses em embarcações, em busca de um futuro melhor na Europa.
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