"Desde a minha mais recente viagem a Beirute, há algumas semanas, temos tido discussões muito sérias no Líbano e em Israel", explicou Hochstein, que hoje chegou à capital libanesa para manter novas conversações com as autoridades sobre uma eventual trégua, em declarações à comunicação social após uma reunião com o presidente do parlamento libanês, Nabih Berri.
"Continuámos a resolver as diferenças através das discussões das últimas semanas e, especificamente, hoje reduzimo-las significativamente", assegurou o enviado especial de Washington, antes de afirmar que viajou novamente para Beirute porque "há uma oportunidade real de pôr fim a este conflito".
E reforçou: "Estou em Beirute para facilitar essa decisão, mas no final cabe às partes colocar um fim ao conflito. Está ao nosso alcance. Espero que os próximos dias permitam uma decisão".
O diplomata norte-americano elogiou a conversa "construtiva" que manteve com o líder do parlamento libanês e anunciou que planeia reunir-se com o primeiro-ministro interino libanês, Najib Mikati.
Hochstein tem vindo a realizar tarefas de mediação há algumas semanas, para tentar que as partes cheguem a um acordo de cessar-fogo após cerca de um ano de fogo cruzado fronteiriço entre Israel e o Hezbollah, cenário que evoluiu nos últimos meses para uma situação de guerra, com bombardeamentos constantes das forças israelitas, que também iniciaram uma incursão terrestre no país vizinho.
Na segunda-feira, Mikati garantiu que Beirute deu uma resposta positiva à proposta de cessar-fogo apresentada pelos EUA, embora tenha sublinhado que ainda há pontos a discutir.
"Há algumas coisas que não são claras e queremos esclarecê-las para que não haja confusão no futuro", argumentou o chefe de Governo libanês.
Israel desencadeou uma incursão militar terrestre no Líbano, em 01 de outubro, após várias semanas de intensos bombardeamentos aéreos e ataques contra o país, incluindo a explosão coordenada de milhares de dispositivos de comunicação utilizados pelo grupo xiita libanês pró-iraniano, após mais de 11 meses de fogo cruzado com o Hezbollah na zona fronteiriça.
O Hezbollah iniciou ataques contra o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao Hamas, um dia depois de um ataque do grupo extremista palestiniano ter desencadeado (a 07 de outubro de 2023) uma ofensiva israelita na Faixa de Gaza.
As autoridades libanesas reportaram cerca de 3.300 mortos desde o início das hostilidades entre Telavive e o Hezbollah, em 08 de outubro de 2023.
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