Wilson da Costa, que está detido desde o ano passado, ouviu o veredicto de um júri composto por oito mulheres e quatro homens, que o considerou culpado de três acusações - uma de fraude eletrónica e duas de roubo de identidade -, na sequência de um julgamento conduzido pelo juiz Kevin Castel.
O julgamento, que começou em 06 de novembro, culminará a 26 de fevereiro de 2025, data em que será lida a sentença.
Na acusação formulada pelo tribunal federal de Manhattan, à qual a Lusa teve acesso, Wilson da Costa era acusado de ter utilizado documentos falsos para persuadir o Governo de Angola a rescindir contratos com outra empresa relativos a um projeto de energia e água no valor de 1,1 mil milhões de dólares (cerca de mil milhões euros), bem como de usurpação de identidade.
Esse dinheiro destinava-se a financiar a compra e instalação de 12 turbinas a gás feitas pela GE, segundo os procuradores.
O despacho de acusação acusou Wilson da Costa de falsificar documentos supostamente de funcionários do Governo em Angola, como parte do esquema, entre 2017 e 2019.
Os advogados de Wilson Da Costa não negaram que os documentos foram falsificados, mas argumentaram que o seu cliente não era o responsável.
Com o veredicto, o júri rejeitou a alegação da defesa, de que Wilson da Costa era vítima involuntária de uma fraude perpetrada pela AEnergy SA, a então parceira de engenharia, aquisição e construção da GE em Angola, que, de acordo com as evidências do julgamento, também tinha um forte desejo de levar o negócio adiante.
As acusações criminais surgem na sequência de um longo litígio entre a General Electric e uma empresa de infraestruturas detida por empresários portugueses, a AEnergy SA, que levantou alegações de conduta imprudente e de encobrimento contra a empresa norte-americana.
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