Suécia pede retorno à origem de navio suspeito de danificar cabos

A Suécia pediu hoje que o cargueiro chinês ancorado ao largo da sua costa regresse às suas águas territoriais, com o objetivo de contribuir para a investigação sobre a rutura de cabos submarinos na região.

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© Janos Kummer/Getty Images

Lusa
26/11/2024 09:16 ‧ há 2 horas por Lusa

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Suécia

"Temos estado em contacto com o navio e também com a China. Fizemos saber que queremos que o navio se dirija para águas territoriais suecas", disse o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, em conferência de imprensa, sublinhando que o objetivo não era fazer uma " acusação".

 

A empresa finlandesa Cinia Oy, proprietária do cabo submarino C-Lion1, que sofreu uma misteriosa rutura, indicou que os trabalhos de reparação começaram e que espera terminá-los "antes do final deste mês".

As autoridades finlandesas, suecas e lituanas estão a investigar a causa dos danos quase simultâneos neste e noutro cabo submarino de telecomunicações, no mar Báltico, não tendo excluído a hipótese de sabotagem.

A Finlândia e a Suécia iniciaram uma investigação preliminar conjunta sobre um presumível ato de sabotagem, enquanto a Procuradoria-Geral da Lituânia abriu um processo sobre um possível ato de terrorismo.

De momento, as principais suspeitas recaem sobre o cargueiro chinês Yi Peng 3, cujos dados de tráfego marítimo o colocam na proximidade dos dois cabos no momento em que foram detetadas as ruturas, entre a noite de 17 e a madrugada de 18 de novembro.

O navio, que tinha deixado o porto russo de Ust-Luga alguns dias antes e se dirigia ao Egito, está atualmente ancorado no estreito de Kattegat, entre a Dinamarca e a Suécia, escoltado por um navio de patrulha da Marinha dinamarquesa.

Estes incidentes recordam os que ocorreram há pouco mais de um ano no Golfo da Finlândia, quando o gasoduto submarino Balticconnector e um cabo de telecomunicações entre o país nórdico e a Estónia foram danificados em circunstâncias estranhas e num curto espaço de tempo.

A hipótese mais provável é que essas ruturas tenham sido provocadas pela âncora do navio mercante chinês Newnew Polar Bear, embora não se saiba se isso aconteceu acidentalmente - como afirma Pequim - ou deliberadamente, até porque o navio continuou a navegar sem que as autoridades finlandesas o mandassem parar para interrogar a tripulação.

O ministro da Defesa finlandês, Antti Häkkänen, apelou às autoridades suecas, responsáveis pela investigação da recente rutura dos dois cabos submarinos, por ter ocorrido nas suas águas, para que não permitam que o Yi Peng 3 deixe o Báltico sem esclarecer o seu possível envolvimento.

"É óbvio que, se as infraestruturas críticas de alguns países foram destruídas ou gravemente danificadas e é preciso descobrir quem o fez, não se pode permitir que eles abandonem o local agitando a sua bandeira", disse Häkkänen à imprensa local.

Leia Também: Suécia abre investigação a suspeita de sabotagem em cabos submarinos

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