PPE quer continuar coligação, S&D alerta para responsabilidade da CE

Os dois maiores grupos políticos representados no Parlamento Europeu apresentaram hoje expectativas para a Comissão Europeia, com o centro-direita a agradecer o 'cordão sanitário' à extrema-direita e os socialistas a alertar que foi dado um voto de responsabilidade.

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Lusa
27/11/2024 11:21 ‧ há 2 horas por Lusa

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Comissão Europeia

Depois da intervenção da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Partido Popular Europeu (PPE), Manfred Weber, agradeceu o acordo alcançado com os socialistas e os liberais.

 

O eurodeputado alemão acrescentou que o PPE vai continuar na luta pela defesa da União Europeia e dos seus valores, em oposição, sustentou, ao que a extrema-direita quer fazer.

Manfred Weber pediu que seja confirmada a intenção de continuar a avançar no projeto europeu, na ótica do PPE, com a aprovação do colégio de comissários, prevista para o final da manhã de hoje.

Já a presidente dos Socialistas & Democratas (S&D), Iratxe García, recordou o acordo alcançado há precisamente uma semana que, em princípio, vai levar à aprovação da equipa de Ursula von der Leyen, não é uma carta em branco.

"É um voto de responsabilidade", alertou.

"Estes acordos devem ser cumpridos, sejam fieis à tradição europeísta e confirmem a vossa aliança com a maioria europeísta, não vamos aceitar um jogo duplo, não podemos construir a Europa com quer destruí-la", advertiu.

Pelo Renovar a Europa, a presidente, Valéria Hayer, pediu a continuidade da "maioria central" que conseguiu o acordo de há uma semana.

"Esta coligação é a única que apoia a Ucrânia, que está do lado do direito internacional, do ambiente e da liberdade e uma base positiva para a Europa", completou.

Mas criticou o processo de auscultação dos comissários indigitados: "É essa a imagem que queremos dar deste parlamento?"

Já Terry Reintke, copresidente dos Verdes no Parlamento Europeu, criticou as palavras de Manfred Weber e disse que o PPE "continua aberto a uma colaboração com a extrema-direita": "Isso é perigosíssimo!"

O voto em plenário está previsto para cerca do meio-dia (menos uma hora em Lisboa).

Ursula von der Leyen foi, em julho passado, reeleita no cargo de presidente da Comissão Europeia, que desempenhará novamente a partir de 01 de dezembro num segundo mandato de cinco anos.

O seu próximo executivo comunitário, agora sujeito a aval parlamentar, é composto por 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% de mulheres e de 60% de homens), uma das quais a comissária indigitada por Portugal e antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que vai ocupar a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos.

Num contexto de tensões geopolíticas (devido à guerra da Ucrânia causa pela invasão russa e de conflitos no Médio Oriente), de concorrência face aos Estados Unidos e China e de transição política norte-americana, Von der Leyen quer, nos próximos cinco anos, apostar na competitividade económica comunitária.

Estima-se que a UE tenha de investir 800 mil milhões de euros por ano, o equivalente a 4% do PIB, para colmatar falhas no investimento e atrasos em termos industriais, tecnológicos e de defesa em comparação a Washington e Pequim.

Só a aposta em defesa, impulsionada pela guerra da Ucrânia causada pela invasão russa e pelas recentes tensões geopolíticas, vai ter de ser suportada por necessidades de investimento na ordem dos 500 mil milhões de euros na próxima década.

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