"O inimigo abriu fogo contra os cidadãos de Khiam que estavam a assistir ao funeral de um dos filhos da aldeia", informou a agência oficial libanesa ANI, sem mencionar quaisquer vítimas.
A aldeia de Khiam, no sul do Líbano, foi palco de combates violentos entre o exército israelita e o grupo xiita libanês Hezbollah antes da entrada em vigor do cessar-fogo na quarta-feira.
O cessar-fogo de 60 dias entre o Hezbollah e Israel entrou em vigor às 04h00 locais de quarta-feira (menos duas horas em Lisboa), após mais de um ano de combates que causaram pelo menos 3.800 mortos, a maioria desde o final de setembro.
Questionado pelo gabinete da agência noticiosa francesa AFP em Jerusalém, o exército israelita disse que tinha "operado para remover suspeitos na região de Khiam".
O exército israelita anunciou também um novo "recolher obrigatório entre as 17:00 de sexta-feira e as 07:00 de sábado" (menos duas horas em Lisboa), a sul do rio Litani.
Apoiado pelos Estados Unidos e pela França, o acordo de cessar-fogo prevê a retirada do exército israelita do Líbano no prazo de 60 dias.
O Hezbollah deverá também recuar para norte do rio Litani, a cerca de 30 quilómetros da fronteira, e desmantelar a sua infraestrutura militar entre a margem sul do rio e a fronteira com o norte de Israel.
A zona tampão será patrulhada por tropas libanesas e por forças de manutenção da paz da ONU.
Israel afirmou que mantém "total liberdade de ação militar" no Líbano "se o Hezbollah violar o acordo e tentar rearmar-se".
O exército israelita anunciou na quinta-feira à noite que tinha efetuado um ataque aéreo contra uma instalação do grupo xiita a norte do rio Litani, pela primeira vez desde que a trégua entrou em vigor.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ameaçou uma "guerra intensiva" caso a trégua com o Hezbollah fosse violada.
O Hezbollah, aliado do Irão, abriu uma frente de apoio ao Hamas contra Israel, no início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada a 07 de outubro de 2023 pelo ataque sem precedentes do movimento islamista palestiniano Hamas, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, segundo as autoridades israelitas.
A guerra na Faixa de Gaza, que já fez cerca 44.300 mortos, continua sem fim à vista.
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