Sublinhando que fez uma chamada telefónica com a presidente pró-europeia da Geórgia, Salome Zurabishvili, juntamente com Kaja Kallas, chefe da política externa da União Europeia, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, publicou uma mensagem sobre a crise no país.
"Condenamos a violência contra manifestantes pacíficos", sublinhou, referindo que "as ações do governo vão contra a vontade do povo" georgiano.
"A UE está com o povo da Geórgia", rematou.
Milhares de opositores pró-europeus voltaram a reunir-se hoje junto ao parlamento da Geórgia para exigir novas eleições e a demissão do Governo, que decidiu congelar até 2028 o início das negociações de adesão à União Europeia.
Had a call with @Zourabichvili_S together with @kajakallas.
— António Costa (@eucopresident) December 1, 2024
We condemn the violence against peaceful protestors.
Actions of government run counter to the will of the people. The EU stands with the people of #Georgia. pic.twitter.com/OxapgXsafB
Pelo quarto dia consecutivo, os manifestantes, muitos deles ostentando bandeiras da Geórgia e da UE, bloquearam a avenida central Rustaveli, onde se situa a sede do poder legislativo, fortemente guardada por elementos das forças policiais.
Os protestos nos três dias anteriores originaram confrontos violentos entre opositores pró-europeus e a polícia, que usaram gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar os manifestantes. Pelo menos 44 pessoas foram hospitalizadas no sábado, na terceira noite de protestos.
A Geórgia está dividida desde que o partido no poder, o pró-russo Sonho Georgiano, declarou vitória nas legislativas de 26 de outubro, com os partidos da oposição (pró-UE) a alegarem que o ato eleitoral foi marcado por irregularidades.
O anúncio do Governo de que iria suspender as negociações de adesão à UE ocorreu horas depois de o Parlamento Europeu ter adotado uma resolução considerando a eleição do mês passado como não sendo livre nem justa.
Para Bruxelas, as eleições representaram mais uma manifestação do contínuo retrocesso democrático da Geórgia, "pelo qual o partido no poder, Sonho Georgiano, é totalmente responsável".
A UE concedeu à Geórgia o estatuto de país candidato em dezembro de 2023, na condição de cumprir as recomendações do bloco, mas suspendeu a sua adesão e cortou o apoio financeiro no início deste ano, após a aprovação de uma lei de "influência estrangeira", similar a uma existente na Rússia e amplamente vista como um golpe para as liberdades democráticas.
Os legisladores da UE apelaram a uma repetição da votação parlamentar no prazo de um ano, sob supervisão internacional rigorosa e por uma administração eleitoral independente.
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