Hamas e Fatah estabelecem pré-acordo para administrar Gaza após a guerra

O movimento palestiniano Hamas e a Fatah, o partido do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, concordaram em formar um comité para administrar a Faixa de Gaza após a guerra, apurou a France Presse na terça-feira junto dos negociadores.

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Lusa
03/12/2024 09:00 ‧ há 4 semanas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

No final das discussões no Cairo, sob a égide das autoridades egípcias, o Hamas e a Fatah aprovaram um projeto de acordo que deve ser validado por um decreto presidencial de Mahmoud Abbas, disse um membro da equipa de negociação do Hamas e outro da Autoridade Palestiniana.

 

De acordo com o projeto a que a Agência France Presse (AFP) teve acesso, o comité, composto por 10 a 15 personalidades não filiadas em nenhum dos dois movimentos, vai ter autoridade sobre todas as questões relacionadas com a ajuda humanitária, a educação, a saúde, a economia e a reconstrução.

O Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) controla o enclave palestiniano desde 2007.

De acordo com as mesmas fontes, o comité vai ser também responsável pela administração da parte palestiniana da passagem de Rafah entre a Faixa de Gaza e o Egito, o único ponto de passagem do território para um país que não Israel.

A delegação da Fatah no Cairo, chefiada por Azzam al-Ahmad, membro do Comité Central do partido, deve regressar ainda hoje a Ramallah com vista a obter um acordo final de Abbas, disseram as mesmas fontes à AFP.

A delegação do Hamas era chefiada por Khalil al-Hayya, membro do gabinete político do movimento.

A guerra foi desencadeada a 07 de outubro de 2023 por um ataque sem precedentes do Hamas que provocou a morte de 1.208 pessoas do lado israelita, na maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais e incluindo os reféns mortos ou que morreram em cativeiro.

A campanha militar de retaliação de Israel na Faixa de Gaza causou pelo menos 44.466 mortos, a maioria dos quais civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados fiáveis pela ONU.

O anúncio do acordo surge num contexto de renovados esforços diplomáticos para pôr fim à guerra entre o Hamas e Israel.

Estes esforços, sob a égide dos Estados Unidos e em coordenação com o Qatar, o Egito e a Turquia, segundo Washington, ocorrem na sequência da entrada em vigor de uma frágil trégua no Líbano entre Israel e o Hezbollah (Partido de Deus), aliado do Hamas.

Segundo a AFP, com a passagem da administração do Presidente norte-americano Joe Biden para a de Donald Trump em janeiro, os palestinianos estão sob forte pressão dos Estados Unidos para garantir que o Hamas não desempenhe qualquer papel em Gaza quando a guerra terminar.

O movimento islamita deixou claro nos últimos meses que não quer gerir a Faixa de Gaza quando a guerra terminar.

[Notícia atualizada às 09h51]

Leia Também: Nove mortos em ataques israelitas em retaliação a disparos do Hezbollah

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