Presidente angolano quer mais cooperação com EUA na defesa e segurança

O Presidente angolano, João Lourenço, disse hoje que quer reforçar a cooperação com os Estados Unidos no setor da Defesa e Segurança e atrair mais investimento direto americano para Angola.

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Lusa
03/12/2024 14:24 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Angola

João Lourenço falava no Palácio Presidencial, em Luanda, durante um encontro com o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, o primeiro Presidente daquele país a visitar Angola.

 

"[Os dois países mantêm relações político diplomáticas desde 19 de maio de 1993], que têm vindo a crescer ano após ano, sobretudo desde que em Angola demos início ao combate sério contra a corrupção e a impunidade e estamos a criar um melhor ambiente de negócios", destacou.

João Lourenço lembrou que, anteriormente, já o Presidente angolano José Eduardo dos Santos tinha sido recebido na Casa Branca por George Bush e Bill Clinton, e agradeceu a Biden a "forma muito amistosa e calorosa" como foi recebido também no ano passado.

Assinalando que a vinda de Biden acontece em vésperas de Angola celebrar 50 anos da sua independência, João Lourenço afirmou que esta visita inédita "enterra um passado" das relações dos dois países na Guerra Fria em que "nem sempre" estiveram alinhados, sendo "um importante ponto de viragem".

"Pretendemos trabalhar juntos na atração do investimento direto americano para Angola, na abertura de oportunidades de comércio e de negócios de investidores angolanos no mercado americano", sublinhou o chefe do executivo angolano.

João Lourenço pretende, nomeadamente, incrementar a cooperação no setor da Defesa e Segurança, com mais treino militar em Angola, mais exercícios militares conjuntos, cooperação nos programas de segurança marítima para a proteção do Golfo da Guiné e do Atlântico Sul, e no programa de reequipamento e modernização das Forças Armadas Angolanas.

 O Presidente angolano falou igualmente sobre os projetos de investimento público apoiados por entidades financeiras norte-americanas, com empresas como a SUN África, a Africell, a Mayfair Energy, a Acrow Bridge, a GATES Air, bem como das empresas petrolíferas, e a Amer-Con, na construção de silos de grãos e pontos de recolha em plataformas e parques ao longo do Corredor do Lobito e de outros pontos considerados potenciais celeiros do país.

"A vossa visão e engajamento para o sucesso do Corredor do Lobito, assim como a vossa grande contribuição para o nosso programa de transição energética, com a construção dos parques solares no sul de Angola, serão sempre lembrados como sendo um grande contributo para a segurança alimentar e energética, para o desenvolvimento económico e social de Angola e da região austral de África", disse a Joe Biden durante o encontro no Palácio Presidencial.

 O chefe de Estado angolano apelou ainda aos investidores norte-americanos para se envolverem na construção das linhas de transporte de energia em alta tensão no regime de parcerias público-privadas para os países da África Austral, nomeadamente para a região do "Copperbelt" na Zâmbia e República Democrática do Congo, assim como para a Namíbia.

 Angola, continuou, tem beneficiado também de apoios norte-americanos na área da saúde, com programas de combate à malária, à tuberculose, ao VIH-SIDA, à covid-19, e da tecnologia espacial e adquiriu seis aviões Boeing787 Dreamliner, cujas primeiras entregas estão previstas para início de 2025.

Leia Também: "O futuro do mundo está aqui, em África, em Angola", diz Biden

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