"De acordo com o parecer do médico legista, o Ministério Público de Teerão suspendeu a execução da pena de Narges Mohammadi por três semanas e ela foi libertada da prisão", segundo o seu advogado, Mostafa Nili.
Segundo Nili, a libertação temporária deveu-se à remoção de um tumor benigno na perna e a um enxerto ósseo há 21 dias e depois da família da ativista ter criticado a falta de cuidados médicos.
Após a operação, Nili afirmou que os médicos indicaram que Mohammadi "necessita de cerca de três meses de cuidados em condições favoráveis" e que, por isso, solicitou a suspensão da pena.
Mohammadi, 52 anos, detida na prisão de Evin, em Teerão, foi condenada seis vezes a um total de 13 anos e nove meses de prisão e 154 chicotadas, entre outros castigos.
A última sentença de seis meses de prisão foi proferida em meados de outubro, um mês depois de ter protestado contra a execução do prisioneiro Reza Rasai pelo seu alegado envolvimento na morte de um oficial dos serviços secretos durante a revolta desencadeada pela morte de Mahsa Amini em setembro de 2022.
Apesar das condenações, a ativista tem continuado a denunciar violações dos direitos humanos no Irão, incluindo a aplicação da pena de morte e a violência contra as mulheres que não usam o véu islâmico.
O Comité Nobel norueguês atribuiu o galardão a Mohammadi em 2023 "pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irão e pela promoção dos direitos humanos e da liberdade para todos".
O prémio foi recebido pelos seus filhos numa cerimónia em Oslo, na qual a ativista apelou, através deles, ao apoio internacional para pôr fim a um governo iraniano "no seu nível mais baixo de legitimidade e apoio popular".
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