O chefe de Estado "não colocou condições prévias sobre nenhum assunto" durante as consultas com vista à nomeação de um novo primeiro-ministro, na sequência da censura e demissão do anterior governo, liderado por Michel Barnier (centro-direita), e não pediu "absolutamente" ao PS para se separar da esquerda radical França Insubmissa (LFI), segundo Olivier Faure.
Antes do encontro de Macron com os dirigentes do PS, o líder da LFI, Jean-Luc Mélenchon, afirmou que "nada do que Olivier Faure diz ou faz" é em nome da Nova Frente Popular (coligação de esquerda), sobretudo negociar com os macronistas e com a direita.
O PS foi o único partido da Nova Frente Popular convidado para o Palácio do Eliseu, em plenas negociações sobre o futuro executivo, num encontro de pouco mais de uma hora com o Presidente francês.
Emmanuel Macron "comprometeu-se" a "chamar as outras três formações da NFP [LFI, Ecologistas e Partido Comunista] para se oferecer para entrar em conversações com eles também", segundo o socialista, que foi acompanhado pelo líder dos deputados do PS, Boris Vallaud, e pelo homólogo do Senado, Patrick Kanner.
O chefe de Estado francês responde assim aos apelos da secretária-geral dos Ecologistas, Marine Tondelier, e do secretário nacional dos comunistas, Fabien Roussel, que pretendem reunir com Macron, apelando à "construção de um pacto republicano e social".
Na quinta-feira, o Presidente francês anunciou que irá nomear "nos próximos dias" um primeiro-ministro que lidere um "governo de unidade nacional" e reiterou que irá cumprir o seu mandato integralmente, defendendo "um caminho claro" para os próximos 30 meses.
Macron criticou a destituição do Governo de Michel Barnier (centro-direita), em funções há três meses, na quarta-feira, com os votos da esquerda e da extrema-direita (União Nacional) numa moção de censura ao Governo minoritário de centro-direita na Assembleia Nacional.
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