Síria. Responsáveis e chefes de segurança abandonam instalações no sul

Vários responsáveis sírios, incluindo o governador da cidade, foram hoje obrigados a abandonar edifícios e centros administrativos na cidade de Sueida, no sul da Síria, para escapar aos ataques das milícias, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

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Lusa
06/12/2024 20:12 ‧ 06/12/2024 por Lusa

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Síria

"O governador de Sueida, os chefes da polícia e das prisões e o chefe local do partido Baath [no poder] abandonaram os seus gabinetes em Sueida, ao mesmo tempo que os combatentes locais tomaram o controlo de certos pontos de passagem na província", declarou a organização não-governamental (ONG) com sede no Reino Unido, que possui uma vasta rede de fontes na Síria.

 

O meio de comunicação local Sueida24 publicou imagens dos funcionários a abandonar a sede da polícia para escapar aos ataques das milícias. Também divulgou outras que mostram combatentes a destruir uma fotografia do Presidente sírio, Bashar al-Assad.

As milícias drusas, uma minoria árabe, não muçulmana, presente em vários países da região, e as forças governamentais sírias têm estado em confronto nas últimas horas na cidade de Sueida, no sul da Síria, um bastião tradicional da oposição ao Presidente sírio.

Sueida é um dos redutos da minoria drusa no país e o epicentro do descontentamento de uma grande parte desta população síria contra a administração do Presidente Bashar al-Assad.

Os meios de comunicação social locais referem que as milícias drusas tomaram o controlo da principal prisão da cidade e libertaram numerosos detidos e declararam um recolher obrigatório na cidade durante 24 horas, a partir das 21h00 de hoje (mais três horas do que em Lisboa), "dada a preocupação prevalecente com a vida e a segurança dos civis e para evitar qualquer caos que possa afetar a segurança e a estabilidade da cidade".

Em 27 de novembro, uma coligação dominada pelo grupo radical islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS, Organização pela Libertação do Levante), antigo ramo sírio da Al-Qaida, lançou uma ofensiva sem precedentes no noroeste do país.

No espaço de poucos dias, os rebeldes apoderaram-se de vastas áreas do norte da Síria e de uma grande parte de Alepo, a segunda maior cidade do país, o avanço mais espetacular em 13 anos de guerra.

Alepo está fora do controlo de Damasco pela primeira vez desde o início da guerra civil, um importante revés para o regime de Bashar al-Assad, que lançou uma contraofensiva.

Em pouco mais de uma semana, a violência causou a morte de 826 pessoas, incluindo 111 civis, segundo o OSDH.

Também foram contabilizados cerca de 370 mil deslocados na sequência destes recentes combates, de acordo com a ONU.

A cidade estratégica de Hama caiu nas mãos dos rebeldes na quinta-feira, aumentando a pressão sobre o governo de Bashar al-Assad.

Situada a sul de Alepo, Hama controla a estrada para Homs, cerca de 40 quilómetros a sul, e para a capital Damasco, duas grandes cidades ainda nas mãos do Governo.

Leia Também: ONU estima 370 mil pessoas deslocadas devido aos combates na Síria

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