A capital francesa viveu, este sábado, 7 de dezembro, um dia há muito esperado. Cinco anos depois de ter sido devastada por um trágico incêndio, a catedral de Norte-Dame reabriu as portas.
Mais de 40 chefes de Estado e de Governo, membros da realeza europeia e figuras políticas proeminentes assistiram à cerimónia, marcada pelos aplausos aos bombeiros, pelo discurso de Emmanuel Macron, mas também pela presença de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, que acabou por chamar à atenção.
Além de Trump, entre os convidados estiveram também o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a ainda primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden, o príncipe William, em nome do Reino Unido (a pedido do governo britânico), bem como o empresário norte-americano Elon Musk ou a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde.
No seu discurso, dentro da catedral, por causa do mau tempo na capital francesa, o presidente francês expressou a "gratidão da nação francesa a todos os que salvaram, ajudaram e reconstruíram" o famoso monumento, que agora é devolvido "aos católicos, a Paris, a França e ao mundo inteiro".
Macron recordou ainda o dia trágico do incêndio - 15 de abril de 2019: "A pedra, a madeira e os vitrais podiam ter desaparecido", disse. "Nessa noite, o medo e a desgraça juntaram-se. A cadeia de azares, o vento de leste que se levantou no pior momento possível", lembrou, elogiando, posteriormente, a bravura dos bombeiros que "escalaram a fachada, mergulharam no fogo para evitar que os 16 sinos caíssem".
"Todos os gestos foram necessários. Redescobrimos o que as grandes nações podem fazer: realizar o impossível", frisou, visivelmente emocionado.
Na cerimónia, na qual foi também celebrado um serviço religioso na presença de 1.500 convidados, foi lida uma mensagem do Papa Francisco, que recusou o convite para estar presente, mas pediu para que as autoridades francesas acolham "generosa e gratuitamente" a "enorme multidão" de pessoas que vão querer visitar a reconstruída catedral.
"Sei que as portas lhes serão escancaradas", acrescentou o Papa, numa mensagem lida pelo arcebispo de Paris, Laurent Ultrich, durante a cerimónia.
Com esta reabertura, o presidente francês, Emmanuel Macron, que lançou o desafio de uma restauração da catedral em cinco anos após o incêndio, já havia dito que esperava criar um "choque de esperança" num país mergulhado numa profunda crise política, desde a aprovação da moção de censura do Governo, na quinta-feira.
É ainda de recordar que Emmanuel Macron aproveitou a oportunidade para reunir com Zelensky e com Trump, num encontro tripartido que durou cerca de 30 minutos no Palácio do Eliseu e que marcou o dia.
No final das cerimónias republicanas e litúrgicas, foi oferecido um jantar no Eliseu.
De notar que a fachada da catedral foi iluminada com a palavra "Merci" ("Obrigado"). Pode ver as imagens da cerimónia na fotogaleria acima.
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