"Ambos concordaram que estavam prontos para cooperar com os novos líderes, com base nos direitos humanos fundamentais e na proteção das minorias étnicas e religiosas", pode ler-se na declaração divulgada pelo Governo alemão.
A situação sobre aquele país do Médio Oriente foi o tema central da conversa telefónica entre os dois líderes europeus, que consideraram a queda do regime de Bashar al-Assad uma boa notícia.
"O chanceler alemão e o presidente Macron felicitaram-se mutuamente pelo fim do regime de Bashar al-Assad na Síria, uma vez que Assad causou um sofrimento terrível ao povo sírio e grandes danos ao seu país", observaram.
Ainda de acordo com Berlim, ambos sublinharam, na sua conversa, "a importância de preservar a integridade territorial e a soberania da Síria" e também "concordaram em trabalhar em conjunto para reforçar o compromisso da União Europeia na Síria, incluindo o apoio a um processo político inclusivo" num país que sofreu mais de uma década de guerra civil.
Scholz e Macron indicaram também que vão continuar a coordenar-se estreitamente com os parceiros do Médio Oriente para discutir o caminho a seguir numa região também em turbulência após a queda e fuga do ditador sírio.
Os rebeldes declararam a 08 de dezembro Damasco 'livre' do Presidente Bashar al-Assad, após 12 dias de uma ofensiva de uma coligação liderada pelo grupo islamita Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham ou HTS, em árabe), juntamente com outras fações apoiadas pela Turquia, para derrubar o regime sírio.
Perante a ofensiva rebelde, Assad, que esteve no poder 24 anos, abandonou o país e asilou-se na Rússia.
Rússia, China e Irão manifestaram preocupação com o fim do regime de Assad, ao passo que a maioria dos países ocidentais e árabes se mostrou satisfeita por Damasco deixar de estar nas mãos do seu clã.
No poder há mais de meio século na Síria, o partido Baath foi, para muitos sírios, um símbolo de repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, através de um golpe de Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até morrer, em 2000.
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